8.2.10

Sporting - Académica: A recaída do leão

ver comentários...
A recuperação parecia real, motivada pela esperança de, afinal, ainda conseguir algo de bom nesta temporada. Duas derrotas depois, o Sporting aparece, de novo, mergulhado num profundo problema anímico, regressando, neste aspecto, ao ponto de partida da “era” Carvalhal. Esta é a conclusão mais óbvia do que se passou em Alvalade. Mas a derrota, essa, não encontra explicação apenas no aspecto mental.

Para começar a perceber o porquê do fiasco leonino na recepção à Académica, não há como assistir aos primeiros 3 minutos da partida. Ocasião flagrante desperdiçada de um lado, golo oferecido do outro. E muito passa por aqui, porque se a Académica é, realmente, uma das equipas mais fortes em termos colectivos desta liga, terá feito em Alvalade, até, uma exibição aquém das expectativas. Sobretudo na primeira parte, onde, normalmente, o Sporting teria saído na frente.

Mas, se a derrota é punição manifestamente exagerada, o Sporting não pode deixar de olhar para os vários erros que cometeu. Antes de ir aos aspectos individuais, que no caso são fundamentais, passo por algumas questões colectivas. Começando por uma evidente perda de capacidade com bola. A mobilidade da linha média foi consideravelmente inferior e isso fragilizou a qualidade do jogo, sobretudo numa fase em que os índices emocionais ainda permitiam retirar alguma coisa dos jogadores. Depois, o aspecto defensivo. A linha defensiva continua a ser uma espécie de terror para este modelo, impedindo a equipa de jogar mais compacta e de, por outro lado, resolver situações como a que aconteceu no segundo golo. A tudo isto se junta o tal problema mental, compondo um cenário terrível para Carvalhal que tem o grande problema de não ter tempo de treino para o poder tratar convenientemente. Melhorias pela certa, prevejo-as só dentro de algumas semanas, quando não houver jogos a meio da semana. Para já, tudo pode acontecer...

Para terminar, então, os aspectos individuais. Os estreantes, Pedro Mendes e Pongolle não estiveram exuberantes, como é óbvio, mas estiveram bastante bem. Mendes menos, ainda que não se lhe possa apontar grandes problemas num jogo em que evidenciou clara falta de ritmo. Quanto a Pongolle, reforçando a pouca exuberância, moveu-se muito bem com grande dinâmica e qualidade. Parece-me um erro a sua saída.

O réu principal é Patrício. O ressalto da bola era imprevisível, é verdade, mas um guarda redes não se pode deitar numa bola destas. Faz-me lembrar o que acontece no futebol de praia onde este tipo de situações são comuns e os guarda redes têm de se colocar prudentemente atrás da bola e nunca mergulhar. Mas se Patrício é quem mais fica ligado ao resultado e ao próprio jogo, pelo menos em termos mediáticos, há um jogador que merece uma censura incomparavelmente superior: Vukcevic.

A exibição do montenegrino é inqualificável e imprópria de um profissional. Não defende, não se movimenta sem bola, não faz os ajustamentos posicionais e permanece agarrado à linha, como que à margem do jogo e da equipa. Já não é a primeira vez que chamo a atenção para a sua displicência táctica mas, desta vez, foi bem para além do que é minimamente razoável. O castigo que Paulo Bento lhe aplicou, parece provar-se, foi pouco para um jogador que, se não mudar de atitude profissional, não tenho dúvidas, sairá da esfera do futebol de alto nível bem antes de chegar à casa dos 30. E capacidade é coisa que nunca lhe faltou...



Ler tudo»

AddThis