Porto: um problema relativo
Não quero aqui defender que o Porto esteja num patamar de rendimento ao nível de anos anteriores. Não está, e já expliquei porque o penso. Sem prejuízo desta análise, porém, está longe de merecer algumas criticas que lhe são feitas. Tem um modelo competente e sistematizado que lhe permite ser dominador em quase todos os duelos internos, mesmo quando abundam ausências individuais. Tem, neste contexto, vindo a conseguir evoluções positivas de alguns jogadores. Álvaro Pereira é, para mim, um excelente reforço, com uma qualidade nada fácil de encontrar por aí. Mesmo se tem de evoluir em termos defensivos, na Choupana foi fantástico. Belluschi está na sua melhor fase, mais adaptado ao modelo colectivo e, sobretudo, a Varela (mesmo se, como também já referi, este modelo não serve as suas melhores potencialidades). Para o meio campo surge agora um Ruben Micael mais influente do que qualquer dos argentinos e a confirmar tudo aquilo que havia projectado. Ou seja, é um jogador que entende de forma fantástica o jogo, e que se continuar a progredir a nível técnico e físico será, seguramente, um jogador de Selecção. Na frente, Kléber é um revés importante, tal como Hulk, mas é impossível não destacar o “super-Falcao” da actualidade. Excelente e incansável como apoio à construção e estupendo nas movimentações dentro de área. A equipa parece tão confiante nas suas potencialidades que passou a fazer dele o centro de praticamente todo o seu jogo.Mas há aqui um problema, aliás, bem à vista de todos. O Porto tem mais um ponto do que no ano anterior, quando comandava a prova. A diferença principal não está, por isso, no Porto mas na concorrência. Um problema relativo e não tanto absoluto. Mas um problema que, parecendo extrínseco pode, como aliás já se viu, afectar o lado mental da equipa.
Nacional: O fim de um ciclo?
Têm sido muitas as perdas na Choupana, com vários jogadores relevantes a sair. É verdade que outros ficam que garantem à equipa um potencial acima da média da Liga. Perder Micael depois Alonso, Micael e Maicon, no entanto, pode ser demasiado para uma equipa que nunca deslumbrou em termos colectivos. Se quem fica não reagir bem em termos anímicos é bem possível que tenhamos o inicio de uma invulgar queda desde o alto da Choupana...