23.2.10

As movimentações do meio campo portista

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Ontem sublinhei a importância dos movimentos sem bola do meio campo portista no crescimento da qualidade colectiva. Hoje, trago os casos práticos do exuberante jogo com o Braga. Este pormenor, da boa movimentação na zona intermédia, foi aquele que mais contribuiu para a vulgarização da organização defensiva bracarense. Quer por ter permitido mais e melhores soluções para o portador da bola, quer porque, por outro lado, expôs zonas que eram estrategicamente importantes para o plano de Domingos (o espaço entre linhas, sobretudo). Muito mérito do Porto, portanto.

Não é necessário uma grande explicação das jogadas em causa para que sejam compreendidas. A ideia é, basicamente, seguir o movimento dos médios identificados e desfrutar da eficácia com que antecipam os espaços e trabalham por dar soluções ao portador da bola. Neste plano, claramente, a jogada do primeiro golo merece nota especial, com Ruben Micael e Raul Meireles (não “Meirelses”!) como protagonistas.

Mas há um derradeiro aspecto para que quero chamar a atenção. Se aqui podemos – e é fácil faze-lo – centrar atenções no individual, falando da importância da chegada de Micael ou do regresso de Meireles, há que contextualizar esta característica dos médios com o ciclo de Jesualdo. Lucho, que também se diferenciava pela inteligência dos seus movimentos sem bola, cresceu desde a chegada do “professor”, tendo atingido a sua maior produtividade apenas em 07/08, na segunda época com Jesualdo. O mesmo se pode dizer de Lisandro, assim como de Meireles, outro caso evidente. Agora, noutro exemplo mais recente, temos Belluschi, que mesmo não tendo sido titular, havia denotado já um crescimento também neste plano, confirmando-o no curto espaço de tempo que esteve em campo.

Ou seja, se é óbvio que a qualidade desta característica é vital para o sucesso do modelo portista, também parece claro que ela está muito mais dependente daquilo que se faz nos treinos no Olival do que do perfil dos intérpretes quando chegam ao Dragão. Ou seja, o crédito deve ser dirigido, mais uma vez, para o notável trabalho que Jesualdo Ferreira vem desempenhando no clube.



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