25.8.09

Vukcevic e a falta de consistência do losango

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O golo que começou a definir a derrota leonina como ponto de partida para uma questão mais abrangente. A consistência do losango leonino e, mais particularmente, as lacunas posicionais de Vukcevic.

O lance é perfeitamente claro sobre a falta de cultura táctica do montenegrino quando sem bola.
Para uma equipa que defende com base em referências zonais é fundamental que os jogadores mantenham um posicionamento que não tem a ver com o que fazem adversários directos. Essa, no entanto, parece ser a única referência defensiva de Vuk, que se mantém aberto sempre que o lateral do seu lado não participa ofensivamente. Aliás, nesta jogada em concreto ele permanece permanentemente à margem do colectivo. O problema disto é que a estrutura em losango, e em particular a do Sporting, prevê que os médios interiores fechem sem bola, aproximando-se do elemento mais recuado. Quando isso não acontece, obviamente, cria-se um “buraco táctico” que pode, como aconteceu frente ao Braga, ter consequências directas no marcador. Mesmo não as tendo, este tipo de comportamento leva sempre a problemas de consistência colectiva, dificultando a tarefa de recuperar a bola o mais rapidamente possível.

Embora tenha efeitos colectivos, este é um problema individual, já que nenhum dos outros médios do plantel revela este tipo de lacuna. O caminho passa, sempre, por fazer com que Vuk possa evoluir neste aspecto, até porque a cultura táctica é fundamental, seja qual for a equipa ou posição que ocupa.

A posição 10 e o pressing...
Correndo o risco de ser repetitivo, volto a bater numa tecla que ainda não vi testada. A posição 10. Creio que com Moutinho numa zona central, tudo seria mais fácil. Mesmo com jogadores de maior vocação ofensiva, o 10 estaria sempre mais próximo do 6, fazendo com que o losango, mesmo mais largo fosse consistente. Tudo tem a ver com a notável característica defensiva do 28. Moutinho é o jogador mais forte sem bola do meio campo leonino (e provavelmente no futebol português). Não só pela capacidade posicional, mas também pela reactividade e agressividade que é capaz de oferecer. Acredito numa importância decisiva do pressing para o sucesso de qualquer equipa. Por isso insisto tanto neste ponto nas análises que faço, de todas as equipas. A posição 10 tem, neste particular, um papel fundamental, embora desprezada por uma visão do jogo normalmente demasiado centrada nos momentos com bola. Sendo uma posição central e entre linhas, a posição 10 é muitíssimo importante para os momentos de transição e precisa de ter aí jogadores altamente competentes e inteligentes nos mais variados momentos do jogo. Porque o jogo, joga-se em todos eles.



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