O que tiveram de comum as recepções bracarenses aos 3 grandes? Na verdade, e dentro do possível, quase tudo. Jogo equilibrado, de grande intensidade, e com poucos espaços. Tudo a fazer de um momento de inspiração e de eficácia um elemento especialmente decisivo no desfecho do jogo. E, em todos eles, ele apareceu. Sempre para o Braga.
Braga
Começo por um factor que, na minha visão, tem sido essencial. A sorte. Não quero dizer com isto que o Braga ganhou “por sorte”, que não foi o caso. O que quero , antes sim, é sublinhar a improbabilidade de uma equipa ganhar tantas vezes jogos tão equilibrados como aqueles que marcaram as recepções bracarenses aos 3 “grandes”. A verdade, porém, é que dificilmente poderia ser de outra forma. Dificilmente uma equipa com menores condições, como tem o Braga, pode ser repetidamente superior a quem tem, obviamente, outros argumentos. Assinalo, de resto, que é desde logo fantástico que esta equipa consiga jogar sucessivamente ao nível destes adversários. E o Braga conseguiu-o, não só nesses 3 jogos.
Na equipa do Braga, merecem nota especial Mossoró e Paulo César, pela competência técnica, mas sobretudo pela importância das respectivas missões em termos tácticos. Merece também uma nota de reparo o facto de Domingos, com tudo a perder, ter esgotado tão cedo as substituições, pondo-se à mercê de um qualquer imprevisto. E como ele deve ter tremido com o susto de Eduardo! Mas aquilo que mais quero destacar, e bem pela positiva, é, sem surpresas, a defesa. O Braga pressiona e encurta espaços com enorme qualidade e mantem-se à margem de perigos como a maioria das equipas não consegue. Daí o estupendo registo defensivo. Pois bem, muito deste sucesso colectivo tem por base a qualidade com que actua a sua última linha. Com bons intérpretes, individualmente, e com uma óptima movimentação colectiva. Em particular, ao nível da manutenção da linha do fora de jogo, não há muitos casos na Europa que se apresentem tão bem sistematizados como o do Braga. E isto, parecendo um detalhe, é uma enorme vantagem em termos de performance táctica.
Vencido o Sporting, faltam 13 jogos. Nestes, para além das visitas ao Dragão e à Luz, não há nenhum jogo em que o Braga não seja claramente favorito. Ao contrário de Benfica e Porto, que também jogam entre si, já não há, nem Sporting, nem desgaste europeu. Aquilo que parecia, primeiro impossível e depois improvável, é agora um cenário perfeitamente realista.
Sporting
Braga era o primeiro teste para as melhorias na “era Carvalhal”. O Sporting, não se podendo dizer que tenha falhado rotundamente, também não terá, numa perspectiva mais ambiciosa, superado o desafio. É verdade que, antes do golo, conseguiu ter mais bola e estar até ligeiramente melhor. É verdade que não merecia o golo na altura que o sofreu. Mas é também verdade que a equipa não teve capacidade para se aproximar verdadeiramente do golo, quer antes, quer depois de estar em desvantagem. Faltou-lhe profundidade e isso provavelmente terá que ver, em boa parte, com alguma desinspiração de alguns dos seus elementos criativos – Izmailov e Veloso em particular. Na verdade, em termos de objectivos de temporada, este já não era um jogo relevante. Esses serão, isso sim, os próximos para competições a eliminar onde o Sporting mantém, ao contrário do campeonato, aspirações realistas. Que o Sporting de Carvalhal é capaz de jogar bem, isso já deu para perceber, resta agora saber se também é capaz de... ganhar.
Uma nota final, para um pormenor táctico do jogo. Carvalhal mudou o sistema táctico ao longo da segunda parte. Não teve resultados positivos, nem saberemos se teria caso tivesse mantido a estrutura inicial. Sou, no entanto, muito céptico em relação a estas alterações estruturais. Para mim, intuitivamente, faz mais sentido manter do que alterar, pelo simples facto de que alterar pressupõe quebra de referências naquilo que se vem fazendo e, previsivelmente, perda de qualidade pelo menos durante uns minutos. Se o objectivo é provocar alguns momentos de desorganização no adversário, então, digo eu, seria melhor alterar de 1 só vez e não em substituições espaçadas por alguns minutos.
Braga
Começo por um factor que, na minha visão, tem sido essencial. A sorte. Não quero dizer com isto que o Braga ganhou “por sorte”, que não foi o caso. O que quero , antes sim, é sublinhar a improbabilidade de uma equipa ganhar tantas vezes jogos tão equilibrados como aqueles que marcaram as recepções bracarenses aos 3 “grandes”. A verdade, porém, é que dificilmente poderia ser de outra forma. Dificilmente uma equipa com menores condições, como tem o Braga, pode ser repetidamente superior a quem tem, obviamente, outros argumentos. Assinalo, de resto, que é desde logo fantástico que esta equipa consiga jogar sucessivamente ao nível destes adversários. E o Braga conseguiu-o, não só nesses 3 jogos.
Na equipa do Braga, merecem nota especial Mossoró e Paulo César, pela competência técnica, mas sobretudo pela importância das respectivas missões em termos tácticos. Merece também uma nota de reparo o facto de Domingos, com tudo a perder, ter esgotado tão cedo as substituições, pondo-se à mercê de um qualquer imprevisto. E como ele deve ter tremido com o susto de Eduardo! Mas aquilo que mais quero destacar, e bem pela positiva, é, sem surpresas, a defesa. O Braga pressiona e encurta espaços com enorme qualidade e mantem-se à margem de perigos como a maioria das equipas não consegue. Daí o estupendo registo defensivo. Pois bem, muito deste sucesso colectivo tem por base a qualidade com que actua a sua última linha. Com bons intérpretes, individualmente, e com uma óptima movimentação colectiva. Em particular, ao nível da manutenção da linha do fora de jogo, não há muitos casos na Europa que se apresentem tão bem sistematizados como o do Braga. E isto, parecendo um detalhe, é uma enorme vantagem em termos de performance táctica.
Vencido o Sporting, faltam 13 jogos. Nestes, para além das visitas ao Dragão e à Luz, não há nenhum jogo em que o Braga não seja claramente favorito. Ao contrário de Benfica e Porto, que também jogam entre si, já não há, nem Sporting, nem desgaste europeu. Aquilo que parecia, primeiro impossível e depois improvável, é agora um cenário perfeitamente realista.
Sporting
Braga era o primeiro teste para as melhorias na “era Carvalhal”. O Sporting, não se podendo dizer que tenha falhado rotundamente, também não terá, numa perspectiva mais ambiciosa, superado o desafio. É verdade que, antes do golo, conseguiu ter mais bola e estar até ligeiramente melhor. É verdade que não merecia o golo na altura que o sofreu. Mas é também verdade que a equipa não teve capacidade para se aproximar verdadeiramente do golo, quer antes, quer depois de estar em desvantagem. Faltou-lhe profundidade e isso provavelmente terá que ver, em boa parte, com alguma desinspiração de alguns dos seus elementos criativos – Izmailov e Veloso em particular. Na verdade, em termos de objectivos de temporada, este já não era um jogo relevante. Esses serão, isso sim, os próximos para competições a eliminar onde o Sporting mantém, ao contrário do campeonato, aspirações realistas. Que o Sporting de Carvalhal é capaz de jogar bem, isso já deu para perceber, resta agora saber se também é capaz de... ganhar.
Uma nota final, para um pormenor táctico do jogo. Carvalhal mudou o sistema táctico ao longo da segunda parte. Não teve resultados positivos, nem saberemos se teria caso tivesse mantido a estrutura inicial. Sou, no entanto, muito céptico em relação a estas alterações estruturais. Para mim, intuitivamente, faz mais sentido manter do que alterar, pelo simples facto de que alterar pressupõe quebra de referências naquilo que se vem fazendo e, previsivelmente, perda de qualidade pelo menos durante uns minutos. Se o objectivo é provocar alguns momentos de desorganização no adversário, então, digo eu, seria melhor alterar de 1 só vez e não em substituições espaçadas por alguns minutos.