22.7.09

Benfica - Atlético Madrid: Para além do resultado...

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Perder no jogo de apresentação é sempre desagradável. Na prática, as derrotas de pré época podem ter bastante utilidade, desde que não surjam numa quantidade que possa minar a confiança de quem trabalha e que, claro, sejam aproveitadas para identificar pontos a melhorar antes do inicio das competições. Neste aspecto, talvez as declarações de Jesus no final do jogo, fazendo passar a ideia de um grande exibição, não sejam as mais úteis num jogo que, para análise, valeu sobretudo pela primeira parte e onde o Benfica, apesar de não ter feito um mau jogo, teve de facto algumas dificuldades. Aqui ficam algumas considerações sobre o jogo e, em particular, sobre esses primeiros 45 minutos mais competitivos...


Atlético de qualidade – Creio que é importante realçar o bom jogo que o Atlético fez na primeira parte, porque esse é um dos principais motivos para as dificuldades que o Benfica sentiu. Grande qualidade individual, o que não é surpresa, mas também uma grande preocupação em manter a equipa junta a defender e sempre (nos primeiros 45 minutos) com uma atitude competitiva que por vezes falta aos “convidados” neste tipo de jogos.

Dificuldades quando o jogo “esticou” – Foi a consequência da atitude das 2 equipas e, em particular, do Benfica. Tentar pressionar o mais alto possível e manter a bola no meio campo oposto é um dos propósitos do modelo encarnado em 09/10. O facto é que isso nem sempre foi conseguido no primeiro tempo, também muito por mérito da posse do Atlético que conseguiu com alguma regularidade fugir às zonas de pressão criadas. O resultado foi um jogo com alguns espaços em transição, sendo aqui o ponto em que o Benfica sentiu mais dificuldades, acabando por permitir que o Atlético chegasse com alguma frequência em boas condições à sua área. Foi assim que aconteceram os 2 golos espanhóis...

Avançados e a pressão
– Para o sucesso do modelo é fundamental que a pressão produza efeitos. Quando tal não acontece, a equipa é obrigada a abandonar um posicionamento mais alto e a recuar rapidamente, o que provoca inevitavelmente momentos de desorganização. O Benfica não pressiona mal, mas continuo a pensar que o papel dos avançados deve ser mais eficaz. Cardozo e Saviola continuam a não ter uma acção muito agressiva sobre a posse adversária e creio que isso foi fundamental para que o Atlético, não só respirasse melhor, mas que pudesse também, aproveitar para chegar à frente em boas condições.

Organização ofensiva
– Começo por falar da critica que apontei a Aimar na semana anterior. Desta vez não se viu um “baixar” recorrente do 10, o que é positivo. Ainda assim, o Benfica sentiu enormes dificuldades em ser mais incisivo na zona final do terreno, conseguindo um número muito reduzido de chegadas perigosas para além do lance do golo. Isto na primeira parte, porque na segunda, com um “novo Atlético”, as coisas foram diferentes.

Individualidades
– Ainda há bastantes indefinições nas individualidades. Nas laterais, por exclusão de partes, Maxi e Shaffer deverão merecer a titularidade. No centro da defesa muitas dúvidas, mas todas elas de qualidade suficiente para que esse seja apenas bom um problema. No meio campo, está mais do que confirmado o meu prognóstico sobre a pouca qualidade de Yebda para a posição 6 e reforço ainda a ideia de que Amorim deverá render mais como interior, onde Martins me parece demasiado errático para aguentar a titularidade. Resta ver o novo reforço, Javi Garcia, e perceber onde Ramires se pode, realmente, encaixar melhor (sobre este ponto, mantenho as minhas reservas iniciais). De resto, Di Maria, Aimar, Saviola e Cardozo deverão ser titulares no arranque da temporada, salvo surpresas de maior.


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