Meio campo: Inverter o triangulo, mas manter o papel 6?
Jogar num dos vértices laterais do triangulo do meio campo portista pode ser muito exigente. Já se viu no passado, por exemplo, que há muita dificuldade em encontrar jogadores que consigam substituir Lucho ou Meireles nesse papel. O motivo é simples e tem a ver com a exigência do papel a desempenhar. Meireles e Lucho são 2 jogadores extraordinariamente completos na sua forma de encarar o jogo e é muito difícil substituir directamente qualquer um dos 2. Para o caso, já se perceberam as dificuldades de Belluschi em reagir aos momentos defensivos do jogo e mesmo se falta testar Valeri, sabe-se que o ex-Lanus tem rotinas como ala e não tanto em posições centrais. A opção poderá passar por colocar mais declaradamente Meireles ao lado de Fernando, se bem que não se perspective uma simetria de funções entre os 2. Jesualdo respeita demasiado a importância estratégia do pivô para simplesmente abdicar dele. A solução passará por dar mais responsabilidade defensiva a um dos alas, obrigando-o a baixar mais defensivamente. O candidato óbvio para essa tarefa é Rodriguez.
Ataque: 1 ou 2 avançados?
Se a substituição de Lucho levanta problemas, a de Lisandro também não será fácil. O mais recente reforço do Lyon era um jogador muito versátil que tanto podia actuar no meio como sobre as alas. Já se sabe que Farias é um elemento diferente, mas sabe-se também que Falcão o deverá ser. O colombiano também é um jogador móvel, mas não tem tanta apetência para cair sobre as alas como acontecia com Lisandro. A confirmar-se a inversão do triangulo do meio campo, abre-se uma outra questão, com a possibilidade de utilizar um 2 alas menos ofensivos e dar a Hulk uma função mais livre em termos ofensivos. Este pode, aliás ser outro dos motivos para as alterações tácticas que estou a equacionar. É que Hulk, com Falcão ou Farias, deixa de ter um jogador com quem permutar posicionalmente, ficando limitado para actuar sobre a ala. Isto pode ser limitativo para um jogador que vem crescendo e a quem Jesualdo deverá tentar dar uma liberdade progressiva. “Soltá-lo” na frente, ao lado de outro avançado mais fixo poderá ser a solução, passando a actuar numa estrutura em 4-4-2 clássico, mas com grande mobilidade em termos de dinâmica.