A frustração de Mourinho
O objectivo era ter já conseguido isso no primeiro ano e esse falhanço terá sido, muito mais do que a impotência europeia, a grande frustração de Mourinho no futebol italiano. O treinador queria jogar alto, pressionar e ter a bola. Tal qual fizera nos primeiros anos, quer no Porto, quer no Chelsea. A realidade, no entanto, confrontou Mourinho com a evidência de que essa filosofia só poderia ter sucesso com intérpretes que com ela se sentissem confortáveis. Não foi o caso e não havia outro caminho que não fosse readaptar a filosofia para algo que realmente conseguisse retirar o melhor dos intérpretes. O resto é conhecido. Futebol directo e de transições mortíferas, a retirar o melhor de Ibra, mas incapaz de entusiasmar o próprio Mourinho, resignado ao destino de poder lutar apenas pelo domínio interno.
Revolução táctica
Saiu Ibra e tudo mudou. É o próprio Mourinho que o diz. Na verdade, a perda do sueco significa o abandono do último motivo que poderia existir para continuar a jogar dentro do mesmo perfil. A revolução é agora inevitável, e mesmo que isso represente algum risco, para Mourinho parece ser um alívio. Chegou Lucio, que fará a defesa subir. Na frente, Eto’o e Milito darão mobilidade e, talvez mais importante, eficácia ao pressing. Resta o meio, onde se procura dar mais vocação à posse. Para isso chegaram já Motta e Hleb, mas parece certo que haverá mais novidades com os milhões que restam do negócio Ibra. O sistema deve manter-se (4-4-2 em losango), mas revolução táctica sentir-se-á seguramente pelos comportamentos.
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