Procurar a bola ou procurar os espaços?
Depois de ter andado quase 1 época inteira a jogar como segundo avançado, em zonas de muito contacto e poucas condições para ter bola, num cenário totalmente desajustado às suas características, Aimar recupera com Jesus uma função muito mais de acordo com àquilo que de melhor pode oferecer à equipa.
Nesta nova etapa de águia ao peito, no entanto, Aimar tem na minha opinião insistido em demasia num tipo de movimento que era típico nos 10 do futebol de há algumas décadas, mas que, afinal, contribuiu para a extinção deste tipo de papel em termos tácticos, precisamente por contribuir para alguma previsibilidade no jogo ofensivo. Ou seja, ao “baixar” para receber a bola junto dos centrais, Aimar anula a acção do pivô moderno e reduz uma solução de passe para a zona criativa. Este é um movimento possível para um elemento da sua função, mas não deve nunca ser o movimento prioritário ou recorrente.
Ou seja, neste Benfica, e mais uma vez na minha opinião, a organização ofensiva deve contar com um 10 de características mais modernas, que procura prioritariamente ser útil na segunda fase ofensiva e não um elemento obcecado por ter bola em cada jogada. Isto supõe inteligência na procura de espaços e uma movimentação mais abrangente do que estar apenas confinado à verticalidade do corredor central. A obsessão do 10 deve, portanto, ser pela procura dos espaços (com e sem bola) e não por ter bola em toda e qualquer jogada.
Aimar fez rasgados elogios a Lucho Gonzalez e parece-me que um olhar para a forma como o seu compatriota entra no jogo seria também para ele benéfico. Caso contrário, e não obstante não ser este um papel tão inadequado como o que vinha desempenhando anteriormente, Aimar vai voltar a sentir grandes problemas para se impor.
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