3.7.09

Os desequilíbrios tácticos que deram a Copa ao 'Timão'

ver comentários...
Depois dos campeonatos estaduais, o futebol brasileiro viu agora terminar a sua primeira competição nacional. A Copa do Brasil é uma competição longa, dura e de vencedor completamente incerto, tal o equilíbrio entre as diversas equipas envolvidas. À final, no entanto, terão chegado aquelas que são, talvez, as 2 melhores equipas do momento no futebol brasileiro, Inter e Corinthians, um facto que tornou a final (disputada a 2 mãos) ainda mais interessante. O factor casa acabou por ser determinante, com o Timão a saber tirar partido da vantagem de 2 golos conquistada em São Paulo para depois colher os frutos da enorme pressão que o Inter tinha sobre si na segunda mão em Porto Alegre. Na minha perspectiva, no entanto, os aspectos tácticos foram o principal motivo que para o agregado final de 4-2, que acabou por dar ao ‘Timão’ a 3ª Copa da sua história. Aqui fica uma pequena dos 4 golos do Corinthians que têm explicam muito das nuances tácticas que fizeram a diferença na final.


1º golo primeira mão, Jorge Henrique – Jogando num 4-2-3-1, o Corinthians apresenta um movimento típico que baralhou muito as contas à defesa do Inter. O extremo esquerdo Jorge Henrique repetidamente vem ao meio para abrir espaço à entrada do lateral (normalmente André Santos) e aparecendo igualmente como elemento extra na zona central, ora para oferecer linhas de passe, ora para finalizar. Neste lance isso é perfeitamente claro, primeiro vindo ao meio e servindo de pivô para o ataque do Timão e depois libertando o lateral no espaço aberto pelo seu movimento, antes de, ele próprio, finalizar.

2º golo primeira mão, Ronaldo
– O pormenor e qualidade de definição de Ronaldo são tudo menos novidade. A nota vai antes para o outro jogador que fez, na minha opinião, mais diferença em termos tácticos neste Corinthians, o médio Elias. Trata-se de um médio muito útil, mas útil no verdadeiro significado do termo. Ou seja, não é apenas um médio que corre muito, é, antes sim, um médio que corre muito e bem. Elias está sempre em jogo, lendo muito bem os espaços, o que lhe permite, não só estar muito bem colocado defensivamente, como também aparecer bem ofensivamente. Esta concentração permanente é bem notória neste golo com Elias a ler de imediato o lance e a lançar Ronaldo nas costas de uma defesa que ficou surpreendida com a rapidez (talvez até excessiva!) do lance.

1º golo segunda mão, Jorge Henrique – Não há muito a dizer depois do que escrevi no primeiro lance. De novo o movimento interior de Jorge Henrique a ter um duplo efeito. Primeiro libertar o lateral e depois criar um efeito surpresa na área.

2º golo segunda mão, André Santos
– De novo o movimento do lateral esquerdo a fazer a diferença. Num momento de algum desnorte da defesa do Inter, o Corinthians tira partido para construir uma bela jogada, agora com um movimento um pouco diferente, ainda que com o mesmo efeito. Desta vez é Ronaldo quem serve de pivô e o movimento interior de Jorge Henrique surge para uma zona mais avançada, dado o recuo de Ronaldo. Nota para a excelência da acção de Ronaldo, jogando sempre simples e de primeira, e de André Santos, um lateral de grande qualidade ofensiva e que é outro motivo para que este movimento interior de Jorge Henrique seja eficaz...


Ler tudo»

AddThis