Shaffer – Já mostrou ser capaz de decidir e executar bem em termos ofensivos. Falta-lhe crescer em termos de comportamento táctico e defensivo, isto porque continua a cometer erros posicionais e a revelar frequentes dificuldades no 1x1. Ainda assim, esta etapa deve ser encarada como um período de adaptação a uma nova realidade e tudo vai depender da forma como evoluir. Para já, claramente, Jesus aposta na sua progressão, tendo lhe dado muitos minutos. Já se percebeu, também, que o treinador está preocupado com alguns dos seus comportamentos...
Javi Garcia – Na posição 6, Yebda superou as minhas piores expectativas e não me surpreenderia, até, que fosse dado o aval para a sua saída antes do final do período de transferências. É que, dentro do mesmo perfil físico, Javi Garcia é bastante mais seguro, sendo difícil perspectivar qualquer hipótese para o francês nesta disputa. Quer ao nível do posicionamento, quer da posse de bola, Garcia é mais competente e, sobretudo, seguro, tendo tudo para cumprir bem melhor a função. Ainda assim, muito dificilmente vai deslumbrar, destacando alguma proximidade excessiva aos centrais em termos posicionais e uma óbvia simplicidade em termos criativos.
Ramires – Outro caso que vem confirmando completamente a projecção que havia feito sobre a sua integração. Ramires tinha uma função no Brasil que não existe no Benfica e na generalidade do futebol europeu. São óbvias as suas capacidades, quer físicas, quer técnicas, mas é também um jogador com muitas dificuldades em organização ofensiva, parecendo esconder-se do jogo por não ser capaz de criar linhas de passe e tendo, depois, pouca criatividade para desequilibrar. Em transição, o seu rendimento é outro, devido à verticalidade e velocidade com que aborda estes momentos. Pode vir rotulado de craque, mas na Europa tem ainda de cumprir um processo de adaptação táctica até ter um rendimento condizente com os créditos que lhe são atribuídos. Com a aposta em Javi Garcia duvido que venha a acontecer, mas gostaria de o ver testado como 6, onde creio que poderia render muitíssimo dentro deste modelo.
Di Maria – Continua a confirmar a ideia com que fiquei logo após os primeiros jogos de pré época. Ou seja, provavelmente será o jogador que mais vai ganhar com o modelo. Não aparece tão dependente das situações de 1x1 e as decisões são mais fáceis para ele, beneficiando muito do facto da equipa procurar sistematicamente os momentos de transição, onde claramente é mais forte. Pode rapidamente tornar-se no destaque principal da equipa, pela idade e capacidade com que desequilibra.
Saviola – Não marcou nestes 2 jogos, mas, na minha opinião, foi onde esteve melhor. Saviola tem uma importância grande na forma de atacar, criando soluções de passe vertical num primeiro momento de organização e aparecendo, depois, com movimentos desconcertantes no último terço. É, depois, inteligente e rápido a executar, o que faz dele um avançado muito importante para este modelo de Jesus.
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