12.5.09

O ataque do Benfica e outros detalhes do fim de semana

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A época não teve sempre estes intervenientes como principais protagonistas, mas o jogo com o Trofense, podendo não ter sido o mais bem conseguido noutras vertentes, mostrou um pouco da forma como algumas unidades ofensivas do Benfica podem ter maior rendimento. Cardozo é um ponta de lança de área e mais útil como referência única na frente de ataque. Foi nesse papel e ganhando directamente os duelos com os centrais que o paraguaio não só marcou os seus 2 golos, mas também apareceu a responder a outros lances. O carácter mais fixo de Cardozo pode libertar Aimar para um papel de maior mobilidade, nomeadamente para aparecer como elemento de desequilíbrio junto às alas. O argentino apareceu muito pouco nestas posições mais laterais durante a época mas neste jogo, mostrou como pode ser útil nessa rotina, fugindo também de zonas mais centrais onde recebe invulgarmente mais apertado. Às características destes 2 jogadores acresce a importância do papel dos extremos, responsáveis por criar situações de cruzamento que têm normalmente Cardozo como destino. Estas poderão, desde já, ser as coordenadas ofensivas do Benfica 09/10, dependendo, claro, de quem estiver na liderança da equipa...

outros lances:
Finalização Cardozo (25min)

Golo Cardozo (38 min)
Finalização Di Maria (45 min)

Golo de Bruno Alves – O golo da festa, surge de um lance de bola parada em que Bruno Alves surge solto para finalizar. Normalmente este tipo de cobranças a solicitar um cabeceamento em devolução ao segundo poste acontece mais como forma de desfazer a zona de marcação. Não é o caso porque o Nacional defende homem-a-homem, havendo por isso um erro individual. No caso o jogador que ignora Bruno Alves de uma forma proibitiva é Luis Alberto. Um erro óbvio e evidente, mas o ponto que me faz destacar este lance é a displicência do Nacional em relação a Bruno Alves, o jogador mais temível entre os portistas neste tipo de lances. Para além da forma desleixada como o médio do Nacional encarou a sua tarefa, há ainda o pormenor de Luiz Alberto ser um jogador quase 10 cm mais baixo, sendo muito duvidoso que pudesse discutir lances aéreos com o central portista, para mais sem qualquer tipo de agressividade na marcação.

Golo do Setúbal – Não é a primeira vez que tal acontece, mas desta vez acabou mesmo por ter consequências. O golo do Setúbal nasce de um contra ataque, não imediatamente, mas pouco depois de um canto favorável aos leões. Foi muito elogiado o desenho ofensivo dos sadinos, mas a verdade é que há um grande demérito leonino na jogada, que vai para além do erro inicial de Romagnoli. É que quando Polga sai para pressionar Regula, a zona central deveria ter sido fechada por Tonel, havendo uma aproximação dos defesas para colmatar o espaço liberto pelo seu colega. Isso não acontece porque Tonel não recuperou devidamente a posição depois do canto. Repare-se como é Abel que está por dentro, com Tonel mais à direita. Uma lentidão de reorganização defensiva que não é nova e que colocou em causa um jogo aparentemente controlado.

O golo de Liedson – 2 pormenores que destaco no segundo e decisivo golo de Liedson. Primeiro a sua característica de mobilidade, partindo de trás para abordar a zona de finalização. Esta característica impede que haja uma referência de marcação na jogada e faz com que o brasileiro não esteja pressionado quando recebe. Depois, o outro pormenor que tantas vezes destaco. O primeiro toque. Um toque rápido e orientado serve para dificultar a tarefa a quem tenta estabelecer posição para impedir o remate. 2 pormenores que condicionam a oposição a Liedson que, no final, acaba até por ajudar o “levezinho”, fazendo a bola ressaltar para fora do alcance de Pawel.

Golo de Tevez – Não há muito a dizer. Apenas um destaque para realçar a diferença que pode fazer a qualidade individual dos jogadores. Uma transição que é quase um alívio em condições difíceis de recepção é transformada de forma aparentemente simples em golo. Notável a recepção de Berbatov (sobretudo por virar as costas à bola, esperando que ela caia por cima de si) e, depois, o repentismo e precisão de Tevez.


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