5.5.09

Mais Barça, Ruben Micael e um raro inteligente ataque encarnado

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Real Madrid – Barcelona (28 min) – Começo com um vídeo que dispensa grandes comentários. É apenas mais um exemplo da fantástica qualidade do Barça, num lance que começa na sua pequena área e vai, de pé para pé, até à baliza de Casillas. É evidente que existe uma grande qualidade colectiva em tudo isto, mas não posso deixar de referenciar que tal só é possível pela excelência individual que serve esse mesmo colectivo. Na jogada, destaco a confiança de Xavi no início da jogada, a qualidade de Eto’o num espaço bem mais recuado do que lhe é hábito e, finalmente, a enorme qualidade técnica de Iniesta e Messi, na forma como combinam e progridem sempre em posse, parecendo inalcançáveis apesar dos esforços dos adversários.


Nacional – Benfica (David Luiz, 32 min) – Ontem falei na necessidade do Benfica ter feito mais movimentos inesperados por parte dos médios centro e laterais. Este é um exemplo do que devia ter acontecido mais vezes. Repare-se no desespero de Patacas quando se apercebe do aparecimento de David Luiz. O lateral benfiquista torna-se um elemento a mais para as referências individuais do Nacional e vai facilmente conseguir uma situação de finalização, com Maicon também a ser “arrastado” por Nuno Gomes. Na primeira parte foi um exemplo raro de um ataque inteligente, apesar do elevado tempo de posse de bola que teve o Benfica.

Ruben Micael #1 (52 min) – Não toca na bola em toda a jogada, mas é um dos principais protagonistas do movimento de transição. Procura sempre o espaço livre e cria várias linhas de passe que, no entanto, não são correspondidas. Termina completamente livre sobre a esquerda, apesar de Nené ter optado pelo remate de longa distância.

Ruben Micael #2 (56 min) – No primeiro golo do Nacional ficou evidente o enorme espaço entre os centrais, aproveitado por Nené. Um dos motivos pelo alargamento desse espaço é precisamente Ruben Micael. Depois de dar seguimento à transição para Alonso, ataca de imediato o espaço livre nas costas do meio campo. A sua liberdade é de tal forma evidente que Sidnei acaba por se aproximar dessa zona, ficando mais longe de Miguel Vitor e mal posicionado para abordar o cruzamento. O efeito de Micael no movimento de Sidnei fica mais claro na repetição do lance.

Ruben Micael #3 (64 min) – No golo que marcou, foi muito destacada a precisão da finalização. O mérito de Micael vai, no entanto, bem para além desse pontapé. A variação de flanco, permite ao Nacional encontrar espaço para subir, mas o Benfica mantém a sua equipa equilibrada e, portanto, com todas as possibilidades de fechar bem os espaços. Se se reparar no decurso da jogada, Ruben Micael nunca aparece na imagem, parecendo arredado desta. A virtude está não só no espaço que ataca (o já muito falado espaço entre linhas), mas também no timing em que o faz. É isso que permite que a sua aparição seja totalmente surpreendente, dando-lhe o espaço e o tempo para pensar e executar a finalização.


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