21.5.09

A qualidade individual do Shakhtar, no último capítulo da Taça Uefa...

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Confirmando as suspeitas de um feito ucraniano na despedida da Taça Uefa, o Shakhar levou a melhor na final de Istambul. Acabou por ser um triunfo normal, da melhor equipa na partida, perante um Bremen notoriamente carente da influencia de Diego no processo ofensivo.

Para mim, para além da maior qualidade individual do Shakhtar, o ponto decisivo nesta final esteve na forma como os ucranianos não caíram no erro de pressionar cegamente, como acontecia no inicio de temporada. Em vez disso, a equipa procurou sempre reorganizar-se posicionalmente antes de pressionar e isso acabou por retirar mais espaço ao Bremen que não teve grandes hipóteses de se lançar em ataques rápidos. Sem Diego, a capacidade criativa dos alemães fica francamente limitada e por isso, sentiram tantas dificuldades. A hipótese seria tentar solicitar Pizarro e Rosenberg mais directamente na zona central, onde claramente ganhavam vantagem sobre uma defesa ucraniana que tem muitas dificuldades em se impor. Isso não foi feito e, por isso, as ocasiões de golo ficaram muito limitadas às situações de bola parada.

Na verdade, o jogo até nem correu mal aos alemães. O Shakhtar é uma equipa que, apesar da qualidade dos seus jogadores, exagera no principio do alargamento do campo ofensivo, mantendo muitas vezes os jogadores demasiado distantes uns dos outros e não promovendo zonas onde tenta criar combinações em apoio. Por isso, o Shakhtar torna-se particularmente forte a actuar em transição, onde coloca muita gente a aparecer rapidamente no ataque e, claro, encontra mais espaço. Para que pudesse jogar assim, era fundamental estar a ganhar, e não é por acaso que as suas melhores ocasiões aconteceram após os golos que marcou. Estou convencido de que se Naldo não tivesse restabelecido tão rapidamente o empate, o jogo se teria aberto muito mais, com benefício para o lado ucraniano.

Os golos

1-0 (Luiz Adriano): O passe não intencional e a zona central da defesa é surpreendida. Há um grande mérito de Luiz Adriano na rapidez com que reage e roda em direcção à baliza (para além da classe com que finaliza, claro) e não se pode falar em lentidão de Naldo, que é um central rápido. O problema esteve no desleixo dos centrais em relação à presença do avançado entre os 2. Para mim, é também um exemplo claro como as referências individuais são fundamentais para quem joga mais perto da baliza.

2-1 (Jadson): Um dos principios que se viu muito no jogo foi a preocupação de variar o flanco por parte do Shakhtar. Várias vezes isso aconteceu, mas raramente as situções ofensivas tiveram sequência porque quem recebia estava sempre desapoiado. Esta situação resulta de mais uma variação de flanco e a diferença está na inteligência de Srna (um dos melhores laterais direitos do futebol europeu, na minha opinião). O croata levanta a cabeça e percebe que Jadson surge numa linha atrás dos defesas, cruzando para esse espaço. O Bremen tem 4 jogadores em linha para 3 do Shakhtar. O problema, mais uma vez, foi a perda da referência individual, com Jadson a ficar livre.




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