8.2.07

Afinal, porque é que os ricos preferem os ingleses?

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George Gillett e Tom Hicks são os mais recentes magnatas a "tomar de assalto" uma o futebol Inglês. Desta vez o alvo foi, nem mais nem menos, o histórico Liverpool. Na sua apresentação oficial, o dueto americano juntou à promessa de fidelidade aos valores e princípios dos míticos 'Reds' o já esperado anúncio de investimentos importantes para o futuro próximo do clube: estádio e jogadores serão os alvos preferenciais.

A Premier League tem captado as atenções de imensos milionários interessados em investir os seus milhões no mundo da bola. Por cá temos tendência para colar estas opções a meras extravagâncias de quem não tem nada melhor para fazer ao dinheiro... Mas será mesmo assim? Afinal estamos a falar de 'business men' oriundos do país do Tio Sam onde não existe nem costumes, nem paixão por este desporto que é reconhecidamente o maior do mundo. A BBC apresenta um artigo que explica - em meu entender - bem melhor as intenções destes homens. Aqui ficam alguns dados que mostram que ao contrário do que aqui se pensa, o futebol é (ou pode ser, dependendo dos casos) um grande negócio capaz de gerar milhões:

- Com o novo acordo de TV o último classificado da Premier League de 2007/2008 receberá a módica quantia de 39 Milhões de Euros, sendo este portanto o prémio mínimo de participação na prova. Isto faz com que a ascensão de um clube Inglês para a Premier League seja financeiramente bem mais significativo do que a qualificação para a Champions League!
- O Campeão da mesma época receberá cerca de 76 Milhões de Euros.
- A Delloite prevê que a Premier League (ou seja os seus 20 participantes) possa facturar mais de 2,6 Mil Milhões de Euros em 2008 (ver gráfico).
- Entre os 20 Clubes mais ricos do mundo (que mais facturam através do futebol) existem 8 Ingleses e a tendência é, como se percebe, para aumentar.
- A Liga Inglesa é a maior competição desportiva do mundo superando até as super-profissionais provas americanas da NBA e NFL (basicamente porque interessa a mais gente no mundo). Tem ainda a vantagem (para quem investe) de não ter de viver com "tectos salariais" ou "Drafts" de jogadores - leis que têm como objectivo primário equilibrar a competição tirando o poder aos mais fortes.

Sobre a comparação entre a orientação do Futebol Português e do Futebol Inglês já aqui escrevi e estou convencido de que o primeiro passo é mesmo uma estratégia colectiva e não clubista. Infelizmente, porém, continuamo-nos a entreter com as nossas pequenas e obscuras questões de bastidores - esse é um problema cuja resolução poderá apenas credibilizar a competição, mas nunca a fará, por si só, ser mais atractiva.

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