12.2.07

Varzim - Benfica: Deixaram "engordar a minhoca!"

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Há umas semanas a esta parte apresentei aqui um vídeo em que Carlos Carvalhal falava sobre os jogos de Taça, particularmente daqueles em que se prespectiva um grande desnível futebolístico entre os conjuntos em questão - “Não deixar engordar a minhoca!” foi a expressão que utilizou! Ora, foi precisamente isso que aconteceu à “minhoca Varzim”: engordou de tal maneira que se tornou numa “cobra” indomável para o bico da águia...

Fernando Santos apresentou de ínicio o seu Benfica, versão 4-4-2. Nas costas do “maestro” jogou um trio inédito: Beto a fazer de Petit, Katsouranis sobre a direita e João Coimbra em estreia como interior esquerdo. Mais uma vez, na frente de ataque, Nuno Gomes teve a companhia de um Simão móvel e super-inspirado, dotando o ataque encarnado de imprevisibilidade complicada de suster. Assim, o Benfica foi nos primeiros 45 minutos uma formação dominadora e perigosa tendo, no entanto, essa lacuna que lhe haveria de sair cara no lance do primeiro golo: a transição defensiva. Pelo facto de colocar muita gente envolvida nos seus processos ofensivos, o Benfica nem sempre teve o número de elementos aconselhável para fazer face às rápidas investidas poveiras e é muito por aqui que se explica o empate ao intervalo.

No segundo tempo, porém, a ânsia de vitória de Fernando Santos acabou por se revelar prejudicial para as aspirações encarnadas... Dos vestiários trouxe Mantorras em vez de Coimbra, introduzindo um 4-3-3 menos móvel (no ataque) e combativo (no “miolo”) do que o 4-4-2 do primeiro tempo. Simão colou-se à esquerda e perdeu o protagonismo que a liberdade do primeiro tempo lhe havia dado. Nuno Gomes descaiu para a direita, mas não foi nem extremo, nem ponta-de-lança – reside aqui (e na minha opinião) um dos principais equívocos de Santos nesta partida: Nuno Gomes é um jogador de eixo e não tem características para jogar na ala. No meio campo, por outro lado, a saída de João Coimbra retirou uma unidade a uma zona fundamental para um jogo que se disputava sobre um terreno cada vez mais pesado. Assim, o jogo foi decorrendo sem que o Benfica exercesse a superioridade que se esperava, mas também – e valha a verdade – sem que o Varzim se mostrasse verdadeiramente ameaçador. Como em tantos outros jogos foi numa bola parada e numa desatenção que tudo se decidiu...

Lance Capital – Inconcebível esquecimento
Este até poderia ser um lance que motivasse a discussão entre os métodos de marcação: “à zona” ou “homem-a-homem”. É que, sendo o Benfica uma equipa que marca “ao homem”, poder-se-ia pensar que o desvio de Mendonça se justificaria apenas pela ausência de um jogador a guardar a tão vital zona do primeiro poste. Mas não, o problema é mais grave: simples e inexplicavelmente esqueceram-se do Angolano!


- No primeiro momento é visível a existência de um emparelhamento de jogadores, resultante da marcação “ao homem” realizada pelo Benfica. Mendonça (sem que se compreenda porquê!) está esquecido não havendo igualmente algum jogador a proteger a zona em que vai cabecear.

- Quando o livre é marcado, Mendonça “ataca” o primeiro poste. Léo reage (seria ele o responsável pela marcação ao Angolano) e Luisão ainda tenta uma acção de “pronto-socorro” mas era tarde, o desvio foi feito e a bola vai entrar no segundo poste. Uma última nota – não se percebe o que faz Katsouranis no meio da “molhada” sem homem para marcar...

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