23.2.07

Porto - Chelsea: Empatados!

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Se me parece que a fortuna do sorteio foi madrasta para os dois lados, também não deixa de ser verdade que, em termos de perspectivas de continuidade na prova, o FC Porto foi aquele que ficou mais condicionado com a tiragem das sortes – terá sido este o preço do pacífico nulo na recepção ao Arsenal! De todo o modo, o embate do Dragão era pleno de motivação e interesse por todos os motivos conhecidos e já aqui amplamente explorados...
Frente a uma formação da dimensão do Chelsea é preciso coragem, qualidade e – talvez mais do que qualquer outra coisa – eficácia! Para o Porto, a partida abriu com todos estes condimentos. A felicidade do pontapé de Meireles juntou-se à falta de sorte de Terry, devolvendo ao Dragão a euforia europeia de 2004... No entanto, a tão fundamental eficácia acabou por sorrir também a Shevchenko e esse poderá ter sido um momento decisivo não só para o jogo como também para a eliminatória.
O jogo não teve um domínio claro de nenhuma das partes mas teve um Porto mais ambicioso que, lançado pela genialidade de Quaresma, acabou a primeira parte a fazer tremer um Chelsea que chegou a ser mais “mandão” após o empate. Uma nota para o Porto – depois de um início de temporada difícil neste aspecto, os azuis e brancos conseguem hoje fazer uma pressão organizada e, em alguns momentos, alta. Causou muitas dificuldades a um Chelsea que só se “safou” porque tem, de facto, muita qualidade na sua fase de construção. Do outro lado, uma outra referência – fantástico jogo posicional dos “Blues”! É uma imagem de marca de José Mourinho (hoje distante da pressão alta dos primeiros tempos de FC Porto) e que encontra poucos paralelismos em todo o mundo (o Liverpool é um exemplo), o Chelsea parece imune a variações de flanco e a transições ofensivas dos adversários. Aparece sempre organizado e equilibrado, sem que o tenha de fazer com muitos jogadores – é a isto que se chama saber defender.
O resultado foi justo – parece-me – com o Porto a ter um período de algum ascendente mas a perde-lo com o decair do encontro. O Chelsea aproveitou o despovoamento que Jesualdo, algo ansiosamente, acabou por conceder seu ao meio-campo e conseguiu libertar Shevchenko e Drogba em algumas transições que poderiam ter transformado o resultado em algo que o Porto não merecia...
Lance Capital - O jogo directo!
Há alguns meses defendi aqui a importância que pode ter uma abordagem mais directa ao jogo ofensivo – penso que o ataque se torna mais imprevisível quando existe uma capacidade de variar a forma como se faz a bola chegar aos homens da frente. Esta é precisamente uma das virtudes do jogo ofensivo do Chelsea tendo ficado bem patente no lance do golo...
Nos lances de futebol directo, mais importante do que ganhar o confronto aéreo é chegar primeiro às segundas bolas. No lance aqui analisado fica patente a maior sensibilização dos jogadores do Chelsea para este aspecto, lendo melhor o que vais resultar do lance...





- No primeiro momento vemos que na altura do confronto aéreo há um conjunto de jogadores que se aprestam a abordar uma segunda bola que previsivelmente irá cair na zona assinalada (devido à superioridade que nesta altura já ganhou Bruno Alves). Curiosamente apenas Bosingwa não parece perceber o que vai acontecer e isso vai ser determinante.



- No segundo momento e quando Bruno Alves já cabeceou, percebe-se a pouca sensibilidade de Bosingwa para este tipo de lances – a sua posição permanece inalterada.



- Finalmente, o previsível acontece. Robben, que parte de uma posição mais lateral, vai antecipar-se a Bosingwa que, erradamente, entra "à queima" a uma bola que já está praticamente perdida (provavelmente nem sequer se apercebeu do movimento de Robben). Shevchenko vai criar superioridade e fazer o golo...

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