Mais do que os erros – Volto ao que tantas vezes faço questão de destacar. O impacto emocional que certos momentos têm nos jogos. Assim se explica que, no mesmo jogo, possamos ter tido tamanho contraste entre o que se viu nos primeiros 15 minutos e na segunda parte. Para que o cenário se tenha invertido de tal forma contribuiu de sobremaneira a tendência suicida dos jogadores matosinhenses (com erros daqueles não há estratégia que resista), mas a diferença qualitativa entre as equipas esteve bem para além desses deslizes individuais. O Porto foi e é uma equipa melhor, não só pelas individualidades, mas pela qualidade colectiva. A vontade do Leixões foi notória mas para repetir os brilharetes da primeira volta não basta querer.
Leixões – Já se suspeitava que o Leixões fosse sofrer bastante com a perda de Wesley. Para além da qualidade individual o ex-Paços tinha também um efeito relevante em termos tácticos. Mas o Leixões revelou também outros problemas que a confiança do passado havia escondido. Foi uma equipa com muita vontade, que rematou muito e ganhou muitas bolas divididas nos primeiros 15 minutos mas que depressa indicou as dificuldades que iria ter ao tentar discutir o jogo sem resumir as suas iniciativas a saídas em transição. A equipa mostrou vulnerabilidade no posicionamento defensivo quando teve de responder às saídas rápidas portistas, destacando-se alguns erros posicionais e a dificuldade para retirar o espaço para as explosões de Hulk. A goleada tem de ser explicada pela forma como foram oferecidos os 2 primeiros golos, mas pode também dizer-se que o Leixões errou estrategicamente ao não se preocupar em esconder as suas debilidades colectivas.
Resposta – Jesualdo, por necessidade, voltou a mexer num jogo de algum risco antes de uma decisiva partida européia. A resposta, diga-se, foi muito boa, mesmo tendo em conta que o jogo correu de forma positiva para os portistas. Podia destacar-se várias exibições bem conseguidas, mas penso que o maior realce deve ir para aqueles que não são figuras habituais. Tomás Costa deu a ideia de ter sido uma oportunidade desperdiçada contra o Sporting, Mariano foi importante no inicio do jogo, aparecendo móvel e dinâmico e, finalmente, Farias deve ter feito o seu melhor jogo pelo Porto. São destaques individuais mas surgem na sequência de uma boa resposta colectiva e esse é o indicador mais relevante antes da Champions.