Há alguns anos que o Braga se vem afirmando como a quarta potência do futebol nacional. Por razões que têm sobretudo a ver com uma má gestão da equipa técnica iniciada com a imprudente dispensa de Jesualdo, este estatuto não tem sido verdadeiramente traduzido dentro das 4 linhas. A chegada de Jesus marcará, seguramente, um regresso ao trilho correcto e, este ano, o Braga é, mais do que nunca, um adversário a ter em conta pelos grandes. Esta espécie de premonição introdutória é, desde logo, a melhor valorização que se podia fazer à vitória arrancada pelo Sporting em Braga.
1ª Parte
O jogo começou, praticamente, com o golo de Postiga, numa jogada muito bem conseguida pelo Sporting. A bola é ganha sobre a esquerda e a equipa tira-a da zona de pressão para aproveitar o espaço no outro flanco. Abel, Derlei e finalmente Postiga foram os protagonistas de um lance que, desde logo, condicionou o jogo e a abordagem das equipas. O Sporting manteve-se melhor durante alguns minutos, aproveitando a injecção de confiança trazida pelo golo. Depressa, porém, o jogo entraria numa outra toada, dominada pela capacidade pressionante de ambos os lados. Este bom comportamento sem bola tornou a posse num momento perigoso e, por isso, se viu tanto recurso ao jogo directo como solução para os receios de uma perda em zona perigosa. Este comportamento foi sobretudo visível no Sporting que, naturalmente, era quem mais tinha a perder. O resultado foi algum recuo territorial que, ainda assim, apenas se traduziu em 2 lances de perigo. O primeiro numa segunda bola de Meyong e o segundo no melhor lance bracarense, com uma viragem de flanco a ser bem aproveitada por Alan para colocar a bola na cabeça de Linz.
2ªParte
Para o segundo tempo, o Sporting trouxe a mesma capacidade defensiva no último terço de campo mas juntou-lhe outra tranquilidade e sabedoria na gestão da posse de bola. Jogou mais no terreno do Braga e, aí sim, pode dizer-se que controlou verdadeiramente o jogo. O passar dos minutos mostraram um jogo pouco agradável à vista mas com bastante qualidade de processos, e cujo equilíbrio servia naturalmente o Sporting. Jesus mexeu na sua equipa já de si ofensiva em termos de individualidades, Paulo Bento respondeu com Veloso e a concentração bracarense começou a ser afectada pela frustração de quem se sente impotente para mudar o curso dos acontecimentos. Este aspecto deu ao Sporting novo ascendente à entrada dos últimos 10 minutos e, ainda antes da expulsão de João Pereira, Tiui e João Moutinho tiveram aquela que foi, realmente, a melhor ocasião de golo após o 0-1. O Sporting não “matou” o jogo nessa ocasião mas este estava já demasiado moribundo para poder renascer para o lado do Braga nos poucos minutos que faltavam...
Para o segundo tempo, o Sporting trouxe a mesma capacidade defensiva no último terço de campo mas juntou-lhe outra tranquilidade e sabedoria na gestão da posse de bola. Jogou mais no terreno do Braga e, aí sim, pode dizer-se que controlou verdadeiramente o jogo. O passar dos minutos mostraram um jogo pouco agradável à vista mas com bastante qualidade de processos, e cujo equilíbrio servia naturalmente o Sporting. Jesus mexeu na sua equipa já de si ofensiva em termos de individualidades, Paulo Bento respondeu com Veloso e a concentração bracarense começou a ser afectada pela frustração de quem se sente impotente para mudar o curso dos acontecimentos. Este aspecto deu ao Sporting novo ascendente à entrada dos últimos 10 minutos e, ainda antes da expulsão de João Pereira, Tiui e João Moutinho tiveram aquela que foi, realmente, a melhor ocasião de golo após o 0-1. O Sporting não “matou” o jogo nessa ocasião mas este estava já demasiado moribundo para poder renascer para o lado do Braga nos poucos minutos que faltavam...
Notas
Braga – O Braga pode não ter feito um jogo vistoso mas confirmou a qualidade dos seus processos, sendo particularmente penalizado pela eficácia leonina. Num jogo em que era muito difícil entrar na área, o Braga pode lamentar-se sobretudo da pouca qualidade dos seus (muitos) lances de bola parada, com a bola a ser permanentemente colocada longe da zona de Patrício, claramente um alvo a explorar neste tipo de situações. De resto, nota para o elevado numero de jogadores ofensivos no onze de Jesus e, mais importante, para o facto de a equipa não ter perdido solidez por esse facto. Este aspecto é, em si mesmo, revelador da qualidade colectiva deste Braga que, acredito, é um candidato real ao pódio do campeonato.
Sporting – Bafejado pela inegável fortuna de conseguir a eficácia ofensiva tão cedo no jogo, o Sporting fez um jogo muito positivo. Em vantagem pedia-se que, sobretudo, procurasse o controlo do jogo e foi isso que o Sporting fez, não sendo fácil restringir o Braga a tão poucas ocasiões de golo em quase 90 minutos. Melhor na gestão da posse de bola na segunda do que na primeira parte, o Sporting soube estar muito bem nos diversos momentos do jogo, percebendo a prioridade de defender bem, baixando o bloco e defendendo muito bem em largura. Destaque, nesta tarefa para as notáveis exibições de Rochemback e Izmailov, conferindo aos flancos do losango uma consistência que muitas vezes faltou no passado. No seu objectivo do título estes não são 3 pontos quaisquer, mas eu diria que o desafio do Sporting aparecerá realmente quando a frequência semanal de jogos aumentar... foi aí que falhou nos últimos 2 anos.