Superioridade natural – Não foi brilhante mas também não tinha de ser. Frente ao Belenenses, e particularmente após uma semana com jogo a meio, exigia-se que o Sporting vencesse com a naturalidade e pela superioridade. Foi isso que aconteceu. Desde o primeiro minuto que se sentiu essa maior qualidade do Sporting em termos colectivos e individuais, com o seu habitual futebol marcado pela qualidade de posse de bola e ataque organizado a ser suficiente para, mesmo sem impor grande ritmo, ultrapassar continuamente a oposição do Belém. O período mais negativo terá sido mesmo depois do 2-0 numa fase em que o Belenenses se alongava no campo e permitia muitos espaços, o Sporting poderia e deveria ter aumentado o ‘score’ em vez de, tal como aconteceu, quebrar em termos de intensidade de jogo, permitindo apenas que este se arrastasse e concedendo mesmo algumas jogadas de perigo ao Belenenses.
Nesta apreciação qualitativa feita ao Sporting é impossível não fazer a ponte com o rescaldo de Camp Nou. Como referi, o que se passou em Barcelona foi em grande parte condicionado pela exibição do próprio Barça e esta naturalidade com que o Sporting, sem grande esforço, se impôs perante o Belenenses confirma o exagero de algumas conclusões tiradas a partir desse jogo de Barcelona. Mesmo tendo em conta o mau momento da oposição em causa.
Nesta apreciação qualitativa feita ao Sporting é impossível não fazer a ponte com o rescaldo de Camp Nou. Como referi, o que se passou em Barcelona foi em grande parte condicionado pela exibição do próprio Barça e esta naturalidade com que o Sporting, sem grande esforço, se impôs perante o Belenenses confirma o exagero de algumas conclusões tiradas a partir desse jogo de Barcelona. Mesmo tendo em conta o mau momento da oposição em causa.
Diferença no meio campo – O sistema é o mesmo e os grandes princípios também mas neste Sporting há algumas diferenças que se podem estabelecer em relação às dinâmicas apresentadas no passado. Aqui assume um papel fundamental o trio de meio campo que Paulo Bento tem apresentado neste inicio de temporada. Ofensivamente, com Moutinho a 6 e Rochemback como interior o jogo do Sporting deixa de ter no 6 o ponto de apoio de referência. Rochemback assume, na maior parte das jogadas esse papel, num jogo de compensações permanente com Moutinho que ganha mais liberdade em relação ao papel que, anteriormente era desempenhado por Veloso. Em termos defensivos também há alterações. Moutinho, Izmailov e Rochemback são um trio de grande cultura posicional e têm, neste inicio de temporada marcado alguma diferença na ocupação de espaços em organização defensiva. É verdade que o bloco parece jogar um pouco mais baixo (no caso de Camp Nou, exageradamente) mas tem ganho outra solidez, particularmente a defender em largura. Para já, a equipa parece ganhar, mas o futuro ditará uma sentença mais justa sobre os efeitos desta pequena alteração defensiva.
No plano individual, destaque para Postiga e não só pelos lances decisivos. Por esta exibição merece claramente o lugar na Luz. Rochemback não parece ser uma figura consensual mas a mim parece-me um acréscimo de enorme qualidade ao jogo do Sporting. Destaque para a forma fácil como muda rapidamente o centro do jogo. Ter um jogador com essa capacidade é um luxo para uma equipa que faz do jogo em posse a sua arma. Romagnoli será hoje o jogador mais prejudicado com este epicentro em Rochemback, aparecendo muito menos vezes nas suas movimentações características. No segundo tempo, com Vukcevic a ser muito mais um jogador próximo do argentino do que da dupla Moutinho-Rochemback, Romagnoli apareceu mais.
Belenenses – Fala-se muito da revolução no plantel do Belém. É verdade que sairam muitos jogadores mas o problema não são as individualidades, antes sim o colectivo. Enquanto teve o resultado a favor o Belenenses revelou-se uma equipa de foco defensivo mas sem qualidade de organização. A saída de bola não revelou ideias rotinadas, um defeito já notado no Dragão onde a maior incidência do pressing portista potenciou mais esta debilidade. Em transição também saiam normalmente poucos jogadores e normalmente não se complementando nos movimentos. No segundo tempo a equipa tentou alongar-se no campo e até usufrui de 2 boas ocasiões para marcar, mas o Sporting, nesse período, gozou de uma facilidade enorme para progredir e apenas por algum desleixo leonino se pode explicar o facto do Belém não ter sofrido mais golos. Claramente, Jesus foi um acaso e não a consequência de uma boa visão de quem gere o futebol.
Vukcevic – Ainda não tinha comentado aquele que se tornou no caso do momento, essencialmente por se tratar de um assunto interno, não havendo por isso, certezas quanto a factos. Mas agora há. As declarações do jogador no final confirmam o desnorte que se suspeitava pela actuação do empresário. O timing da declaração de Vukcevic é um verdadeiro tiro de caçadeira no próprio pé. A 3 meses da abertura do mercado, Vukcevic pode apenas esperar pela paciência e tolerância dos responsáveis leoninos porque, se o Sporting pode perder um bom jogador, Vukcevic não pode, simplesmente ter uma segunda nódoa (depois do Saturn) seguida no seu currículo sob pena de manchar definitivamente uma carreira que poderia ser muito promissora. Até me parece normal que um jogador tão jovem não tenha sempre a mais sábia das posições mas, supostamente, é para isso que é pago o empresário.
Golos