8.9.08

Sub 21 - A derrota esperada

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A derrota em Wembley era o resultado mais esperado. Quem viu os jogos recentes desta selecção e tem consciência do valor da Inglaterra teria de prever forçosamente, não só a forte possibilidade de um resultado negativo, como todas as dificuldades sentidas durante o jogo.

A partida mostrou as diferenças entre o que é uma equipa com uma estratégia de jogo, que sabe como quer chegar à vitória, e outra que se caracteriza, simplesmente, por 11 jogadores e 1 sistema (4-3-3). O resultado foi uma enorme diferença de comportamentos colectivos. A Inglaterra focou sempre a sua estratégia na pressão forte sobre a construção portuguesa, tirando partido da ausência de qualquer rotina colectiva lusa que pudesse, realmente, “saltar” esta adversidade. Com isto, os ingleses garantiam não só a manutenção do jogo longe da sua baliza, como uma forma ideal de poder atacar: em transição. Ou seja, a partir das recuperações de bola provocadas pelo seu pressing, era lançada a velocidade dos homens dianteiros que beneficiavam depois do espaço que beneficiava as suas características. Apesar de existirem momentos diversos, em função das próprias fases da partida, este jogo de pressão e transição foi sempre dominador durante os 90 minutos, mesmo no segundo tempo onde o bloco inglês baixou mas sem que o pressing perdesse agressividade, permitindo maior exploração da profundidade.

Do lado português um jogo de improvisação, em função do que fazia o adversário. A bola entrava sempre em Veloso mas raramente havia linhas de passe que pudessem fazer a bola fugir à pressão inglesa. Gritante a dificuldade para fazer a bola entrar nas alas e, mesmo quando isso aconteceu, os ingleses criaram zonas de superioridade numérica encurralando o jogo português junto à linha. Para além desta incapacidade de explorar os espaços libertados pela subida dos ingleses para pressionar, outra “faceta” desta selecção foi a quase inexistência de pressão sobre os adversários que puderam sempre dar inicio às suas jogadas com tempo para decidir.

Mas o principal problema desta Selecção, para mim, vem depois dos jogos, no rescaldo. É que pior que perder é não perceber porque é que se perde. Caçador afirmou, espantosamente, que “caiu de pé” (numa visão paradoxal à de Stuart Pearce que falava na possibilidade de terem sido “4 ou 5”) e entre adeptos e imprensa opta-se pelo “massacre” às individualidades, colocando até em causa o valor que me parece inquestionável dos nossos melhores valores. O problema colectivo não resulta de insuficiências individuais. É, antes sim, o contrário. É tempo de uma reflexão profunda, mas sobre isso falarei em breve...

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