O adversário ideal – Depois de um empate embaraçoso, antes de uma dupla jornada de grande importância e com Lucho de fora, o Porto não podia pedir melhor adversário do que o Paços no Dragão. Este Paços é bastante diferente do de José Mota mas vive ainda uma fase de indefinição nas suas possibilidades reais de sucesso com Paulo Sérgio. A proposta de jogo é filosoficamente interessante, estando sempre subjacente uma intenção de jogar, verdadeiramente, o jogo pelo jogo. Ou seja, a equipa tenta sair em posse de bola e adiantar as suas linhas sempre que possível, quer com bola, quer sem ela. O problema é que, nesta altura, revela muitas dificuldades em recompor-se posicionalmente deste seu espírito mais aventureiro, arriscando paralelamente em demasia nas suas posses de bola (o primeiro golo, por exemplo, resulta de um calcanhar displicente de um homem do Paços). Por isso o Paços sofre tantos golos (não foi só frente ao Benfica) e, por isso também, consegue sempre oportunidades. Faz-me lembrar equipas de outros campeonatos, e temo que, se não melhorar defensivamente, deixe mesmo de pertencer a este. A confirmar...
Sem Lucho – Diria que Jesualdo recuperou a versão do 4-3-3 do seu primeiro ano. Isto é, na frente, um avançado mais fixo (Farias em vez de Adriano), um extremo mais fixo (Rodriguez em vez de Quaresma) e as diagonais de Lisandro a serem a fonte de desequilíbrio na zona central, em lugar das movimentações de Lucho (no 4-3-3 dos últimos tempos), reservando para os dois médios interiores uma missão mais simétrica e fixa do que vem acontecendo com Lucho e Meireles.
Diria que foi suficiente. O Porto voltou a revelar-se concentrado no pressing que contou com a ajuda da tal atitude algo displicente do Paços quando ganhava a bola para actuar sempre perigosamente em transição. O 1-0 surge com a maior das naturalidades (ainda por cima num lance muito característico) e, mesmo sem ter jogado particularmente bem, creio que o Porto poderia facilmente ter resolvido o jogo mais cedo. Não o fez e isso causou alguma possibilidade para o Paços, sempre disposto a atacar, criar a ansiedade que, aqui e ali, se sentiu no Dragão. A ordem natural chegaria, finalmente, com o golo de Hulk.
Mais opções, mais testes – A época está em marcha mas as soluções de Jesualdo permanecem sob avaliação. Desta vez a posição 6 não foi submetida a nova vaga de testes mas a ausência de Lucho abriu, desde logo, lugar a mais alterações do que é costume. Assim tivemos Farias no meio com Lisandro à direita. Tomas Costa no meio campo e na lateral direita (outra opção para este jogador tão polivalente que parece não ter um lugar concreto para jogar). Hulk no centro. Lino todo o jogo na lateral esquerda. E, finalmente, Guarin (não como 6, claro) e Candeias. O problema, diria, não está na diversidade de opções, antes sim no facto de, por trás de tantos testes, estar subjacente a falta de satisfação plena de Jesualdo com o desempenho cada um destes jogadores.
Golos: