Já tinham assanhado o “gigante” – Como havia dito na análise prévia ao Barça, em Camp Nau morava um gigante preparado para ser surpreendido. O Sporting terá sido vitima dessas surpresas terem acontecido precisamente nos jogos anteriores à sua visita a Camp Nau. O que lá encontrou foi uma equipa de dentes cerrados, determinada a não deixar fugir a vitória. A demonstração de superioridade do Barça pode ter resultado de alguma coisa que o Sporting não fez mas é sobretudo fruto da enorme diferença de potencial entre os elencos e daquela que foi, sem dúvida, a melhor exibição dos catalães nesta temporada.
A surpresa sem consequências – Entre as opções iniciais dos dois treinadores sobressaiu a presença de Puyol à esquerda. A verdade é que esta inclusão não trouxe grandes diferenças nos comportamentos colectivos. Já o havia referido na análise ao Barça, Abidal não era muito participativo em termos ofensivos, sendo Iniesta o responsável por aparecer perto de Henry em posse de bola. Foi isso que, mais uma vez, aconteceu.
Encostado no jogo e batido no detalhe – A entrada do Sporting foi a pior fase do seu jogo, tendo sido encostado durante 20 minutos pelo Barça. Aqui importa relembrar que em Barcelona mora, provavelmente, a equipa que melhor faz posse de bola em todo o mundo, mas também não deve ser ignorado o excessivo retraimento do Sporting nesse período. Era importante subir as linhas e pressionar mais alto no campo e, ao manter-se sempre baixo, o Sporting reduziu espaços de penetração junto da sua área mas condenou a sua possibilidade de sair em posse de bola porque a passava a recuperar em zonas demasiado baixas e com o adversário já em cima de si, facilitando assim o pressing do Barça. Ainda assim, e apesar de todo o domínio, o Barça chegou ao golo numa falha imperdoável para quem quer realmente sobreviver a confronto deste calibre. Para o perceber basta ver a importância dada aos pormenores nos jogos decisivos desta prova e o que o Sporting revelou, não só no lance em causa, foi uma displicência proibitiva na definição de marcações e na sua execução. No caso, foi Derlei quem se esqueceu que para marcar é preciso olhar para o adversário e não apenas para a bola.
Aceitável – Não foi perfeita, nem mesmo óptima, mas parece-me que o que se seguiu a esse minuto 21 foi aceitável. O Sporting passou a estender o seu jogo até à área contrária, não o dominando nem controlando sempre mas expondo o Barça mais ao risco do seu próprio jogo. Foi infeliz na forma como sofreu o segundo golo e repartiu as ocasiões nos 30 minutos do segundo tempo. O assalto ao empate chegou a parecer possível mas a sede foi prejudicial (a substituição final pecou por ter tentado ser demasiado ofensiva) e, a bem dizer, outro resultado que não fosse a vitória seria uma crueldade para o Barcelona.
Em equipa que ganha pode-se mexer – A opção passou pela continuidade de uma equipa que tinha tido sucesso mas eu penso que este jogo, por ter características diferentes, mereceria outra solução. Creio que o Sporting teria beneficiado mais com a inclusão de Veloso no lugar de Romagnoli, jogando Moutinho no papel do argentino. O papel de Romagnoli tem uma importância que muitas vezes escapa à maioria mas neste caso as suas movimentações em posse não eram particularmente importantes para um jogo em que o Sporting dificilmente teria mais bola. Seria, por isso, mais importante contar com a maior combatividade de Moutinho. Por outro lado, Veloso poderia ter sido uma mais valia relevante, dada a importância da qualidade do primeiro passe para sair da pressão imediata do Barça. Não o digo pelo impacto positivo que o médio teve quando entrou (que, creio, também coincidiu com a fase de maior relaxe do adversário) mas sim por uma convicção que tinha e teria independentemente do que se passasse no jogo.
Os golos: