2.6.08

Candidatos à Libertadores: América

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Para completar o leque de semi finalistas da Libertadores, faltava um olhar por esta equipa do América do México. O gigante do mexicano passa por um embaraçoso momento a nível interno, onde foi último da classificação no mais recente Clausura 2008, pela primeira vez na sua história. De facto, esta é a equipa que menos me impressiona no leque de 4 semi finalistas da prova e, embora tenha ainda em aberto a qualificação para a final depois do empate a 1 em casa, frente ao LDU Quito, vejo no América como o menos provável vencedor da prova, entre as 4 equipas restantes.
A equipa actualmente orientada por Juan António Luna, actua num esquema de 3 defesas, habitual no futebol mexicano e tem alguns nomes muito jovens entre as suas principais figuras: Ochoa (22 anos), Juan Carlos Silva (20 anos) e Enrique Esqueda (20 anos) são figuras entre o onze habitual dos mexicanos, mas, a bom da verdade, a sua afirmação internacional está ainda longe de poder ser dada como garantida. Outro aspecto a salientar é a ausência do experiente médio argentino Federico Insua (ex-Monchengladbach), vitima de longa lesão, bem como o sub rendimento de Federico Higuain (irmão do craque do Real e ex-Besiktas), ou dos uruguais Hernan Lopez e Richard Nuñez.

A atacar
Ofensivamente a equipa mexicana é pouco dinâmica e explosiva. Nos momentos em que é obrigada a uma postura mais defensiva, a equipa limita-se a bombear bolas para Cabañas, sendo esta uma opção de previsível insucesso. Em posse, não há grande mobilidade nem explosividade colectivas. Destaque pela positiva para a energia de Rojas na esquerda e para a qualidade de Cabañas que, embora com muito pouca mobilidade, consegue ser sempre um jogador perigoso na zona de finalização. Nota, finalmente, para os pontapés de canto, de onde a equipa tem conseguido obter alguns golos importantes.

A defender
Também não se pode dizer que seja brilhante a defender. Ainda assim, a equipa do América mantém-se habitualmente equilibrada em campo, sobretudo pela completa ausência de participação ofensiva dos 3 defesas e do médio mais defensivo, German Villa. Isto faz com que a equipa fique menos vulnerável a transições que é, como se sabe, o momento em que se conseguem habitualmente mais desequilíbrios ofensivos. Referência para a presença dominadora de Sebastian Dominguez no centro da defesa.

Individualidades
Francisco Ochoa – Este guarda redes de 22 anos é há muito visto como o futuro da Selecção mexicana e, igualmente, como um nome a ter em conta mesmo a nível internacional. Tudo isto, pela idade prematura com que foi lançado na primeira equipa. Ochoa é, no entanto, um guarda redes que precisa de melhorar em alguns aspectos, nomeadamente ao nível da concentração. Tem 22 anos e isso, num guarda redes, significa muito tempo para melhorar.

Oscar Rojas – Sobre a esquerda e neste ala de 26 anos talvez esteja o principal destaque da equipa. É um jogador rápido e dotado tecnicamente, sendo dos poucos que consegue dar alguma explosividade ao seu flanco. É habitualmente chamado à selecção, mas deverá já não ter grande margem para experiências fora do seu país.

Sebastian Dominguez – Este argentino actua no eixo da defesa e chega ao México aos 27 anos para comandar a defensiva do América, sendo fisicamente o jogador que melhor se impõe. No seu curriculo estão Corinthians, Newells e Estudiantes, não se duvidando que tivesse mercado no campeonato do seu país, falando, porém, mais alto o aspecto financeiro. Envolveu-se com Bolaños no jogo da primeira mão das meias finais, terminando expulso e, com alguma sorte, conseguindo a mesma sorte para o equatoriano. Será, por isso, uma ausência importante.

Enrique Esqueda – Dele se esperam grandes coisas, pela idade com que se afirmou no América. No entanto terá de mostrar bem mais do que aquilo que faz actualmente. Joga nas costas de Cabañas, sendo o elemento de ligação com o meio campo e funcionando muitas vezes como pivot ofensivo. A sua amplitude de movimentos restringe-se, porém, ao corredor central e quando a bola lhe chega aos pés joga sempre simples... demasiado simples, errando pouco mas conseguindo muito poucas roturas. A sua idade (20 anos) dá-lhe no entanto tempo de sobra para evoluir.

Salvador Cabañas – Este ponta de lança paraguaio de 27 anos é a grande referência da equipa. Num estilo comum a outros avançados sul americanos, Cabañas tem um estilo entroncado, parecendo mesmo pesado, mas tem um notável faro pelo golo e tem um jogo realmente adaptado à derradeira zona do campo. Como principal defeito de “El toro” apontaria alguma falta de mobilidade ofensiva.

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