21.6.08

Turquia: Quantas vidas ainda lhe restarão?

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Pois é, contra todas as perspectivas, temos a Turquia nas meias finais. Como já havia feito um acompanhamento da preparação turca para o Euro, não me surpreende o futebol praticado, antes sim, e creio que como a toda a gente, a forma como os turcos arranjam maneira de não cair neste Euro2008. São já 3 golos no último minuto depois dessa partida contra Portugal e, nesta altura, todos estarão expectantes para ver onde é que esta chama turca os vai levar (na memória, e apesar das diferenças no estilo está a forma semelhante em termos de galvanização como a Grécia surpreendeu a Europa há 4 anos).

Sobre esta equipa turca, e à margem dessa força de espírito inexplicável, não tem havido muita evolução desde o primeiro jogo contra Portugal. Há jogadores que têm jogado em diversas posições (alguns mesmo adaptados), mas o sistema, os princípios e mesmo os pontos fracos e fortes têm-se mantido praticamente inalterados desde o primeiro jogo. Apesar de ter um meio campo bem preenchido numericamente, a formação de Terim tem muitas lacunas na primeira fase de construção. Aliás, diria que ofensivamente a equipa vive de alguns rasgos que parecem surgir à margem do próprio ritmo de jogo. Esta capacidade de surpreender – que surge da qualidade de alguns dos seus interpretes – é, de resto, a principal virtude desta Turquia. No extremo negativo está, a já muito falada, limitação defensiva, tanto a nível colectivo, como individual. Ainda assim apontaria a falta de capacidade estratégica da equipa turca (porque tem jogadores para fazer um jogo mais inteligente, explorando de forma mais eficaz as transições) como a principal lacuna no trabalho de Terim. Para terminar, o meu destaque pessoal para algumas individualidades: Primeiro Hamit Altintop que me parece (e digo-o desde o inicio) ser a alma deste meio campo turco, sempre agressivo e activo no jogo e com boa qualidade técnica. Depois Tuncay, é talvez o jogador mais “manhoso” deste euro, num estilo muito ao género latino e que tem na técnica e imprevisibilidade as principais características. Finalmente (vou fazer só 3 destaques) Nihat, que não é, na minha opinião, devidamente aproveitado pelos tais princípios turcos mas cuja qualidade de movimentações já apareceu a fazer estragos.

Nota, finalmente, para o jogo com a Croácia. De fora fica, seguramente a melhor equipa entre as duas. No entanto, não consigo dizer que esta Croácia fosse uma equipa de grande qualidade. À margem do tal jogo em que surpreendeu tacticamente uma Alemanha desprevenida, não fez um grande Euro, nem mesmo um grande jogo nos quartos de final (apesar de ser a equipa mais merecedora de seguir em frente). Sobre a Croácia, e depois de Deco, dá para dizer que o Euro perdeu mais uma das suas figuras (talvez, a maior revelação): Luka Modric.

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