Não será um caso inédito mas é, sem dúvida, um marco deste defeso. Depois de Postiga, Rodriguez, torna-se no segundo jogador a trocar de “grande” neste ano, o que, convenhamos, não é normal... Se Postiga e Rodriguez têm essa coincidência, já a forma como foram processados os 2 negócios não têm nada de comum.
Que Cristian Rodriguez é um jogador de qualidade e, talvez mais importante, com muito potencial, não há dúvidas. Aos 22 anos a sua primeira época em Portugal deixou realmente perspectivas muito positivas para o futuro e por isso o Benfica fez tanto esforço para o contratar em definitivo. No entanto, não consigo ter a certeza de que Rodriguez fosse uma prioridade para Jesualdo Ferreira ou, do ponto de vista desportivo, mesmo para o próprio Pinto da Costa (é curioso como mesmo depois desta contratação o Presidente portista tem dificuldades em tecer elogios ao jogador). Se vai ser opção como extremo no 4-3-3 actual ou parte integrante de um 4-4-2 que já há algum tempo se anuncia como de possível introdução por Jesualdo, isso é ainda incerto, sendo que para muito importará saber se Lucho e, sobretudo, Quaresma irão ou não continuar de dragão ao peito.
Se persistem estas dúvidas no plano desportivo, fica aquilo que para mim é uma certeza: 7 milhões por 70% do passe de um jogador com nacionalidade uruguaia, acrescidos do elevado salário que vai certamente auferir, são um valor muito difícil de ser rentabilizado. Se juntarmos a esta ideia, o já referido pouco entusiasmo de Pinto da Costa em relação ao jogador, então torna-se evidente que este foi um esforço feito pelos portistas para marcar mais uns pontos na guerra com o Benfica. Também não é uma situação nova e veremos se fica por aqui este confronto dos dois “grandes” no mercado...