17.4.07

A Recta Final

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A 5 jornadas há ainda margem para algumas decisões no topo da classificação. Numa prova mais curta do que vinha sendo hábito, fica claro que, independentemente dos respectivos momentos de forma, este foi um campeonato dominado pelos "grandes" e apenas detalhes vão definir o escalonamento final.

- Em Coimbra o Porto passou no primeiro teste à ausência de Pepe. O central brasileiro é um esteio na defensiva portista e – apesar da boa organização, valorizada no modelo de Jesualdo – a sua falta representa, talvez, o principal factor de incerteza em torno da fiabilidade portista. A 4 vitórias do titulo há ainda a questão de Lisandro. O argentino – já há o havia escrito antes do Benfica-Porto – tem uma importância grande num 4x3x3 que precisa de um extremo diferente de Quaresma para dar “poder de fogo” ao ataque. A solução parece passar pela inclusão de um Postiga que não tem o mesmo ADN para fazer a posição. Anderson e o instinto de Adriano são as boas novas numa equipa que parece ter no bi-campeonato um destino mais do que provável.

- O Sporting será, nesta altura, o colectivo mais consistente da prova. Nada mudou – o modelo é o mesmo de sempre – mas os ‘leões’ aparecem pela primeira vez com protagonistas constantes na interpretação das mais do que rotinadas ideias de Paulo Bento. Provas? Alguém nota que falta alguém tão influente quanto Tonel?
Para os ‘leões’, porém, a tarefa não é fácil e, se vencer todos os jogos não é tarefa fácil, também é verdade que pode não bastar perante um Porto de calendário bem mais acessível. O “segundo objectivo” (como lhe chama Paulo Bento) poderá ser mesmo a mais provável das metas possíveis. Resta saber como reagirão os jogadores se essa realidade se tornar uma evidência...

- Como acontece sempre, quando se perde logo aparecem inúmeras justificações para o sucedido. Algo que ninguém via há algumas semanas, mas que agora a todos parece óbvio. Não devia ter vendido Ricardo Rocha? O plantel é curto? As opções de Fernando Santos? Nélson? Anderson? Nuno Gomes? Derlei?
Quanto a mim, penso que o problema deriva de uma menor capacidade defensiva da equipa – já o havia dito, é uma equipa que tem referências defensivas demasiado centradas no homem e que se desequilibra com facilidade. Neste contexto, Luisão – parece-me e referi-o antecipadamente – fez muita falta nos jogos decisivos onde os erros defensivos comprometeram as aspirações de uma equipa que, a partir daí, se tem ressentido psicologicamente. Ao Benfica resta a luta pelo segundo lugar: 5 pontos representam uma distância de 2 improváveis derrotas azuis-e-brancas.
Duas questões: estará Fernando Santos lembrado do que lhe sucedeu no Sporting após não ter vencido o “jogo do título”? Quais os efeitos no futuro do “engenheiro” caso o Benfica não passe do 3ºlugar?

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