1.4.07

Benfica - Porto: Notas prévias do jogo do título

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Pode até nem decidir nada e haverá campeonato depois dele, mas... É o jogo do título, não há dúvidas!
Em relação ao favoritismo deixo o mesmo raciocínio do último Porto-Sporting. Ou seja, independentemente do momento ser mais favorável ao Benfica, nenhuma das equipas é indiscutivelmente superior e não se poderá falar de surpresa qualquer que seja o desfecho.


Benfica
Se a preparação para o clássico foi alargada pela paragem do campeonato, não se pode falar em grandes facilidades em operacionalizar uma estratégia especifica, tal o número de ausentes durante o período preparatório. Neste particular o Benfica terá sido o mais afectado, com o seu quarteto do meio-campo totalmente dedicado aos trabalhos das respectivas selecções. Este aspecto deverá retirar a Fernando Santos qualquer possibilidade de apresentar um esquema alternativo ao losango – convenhamos que sistematizar algo diferente em apenas 3 dias pode constituir um risco demasiado elevado.
Em termos de estratégia de jogo não prevejo por isso surpresas: O Benfica de Fernando Santos gosta da bola e teme as transições. Deveremos ter uma formação a querer mandar no jogo desde o primeiro minuto. Sem bola, pressão alta. Com bola, mobilidade e muita gente a atacar.
Para o Benfica os pontos favoráveis estão na moralização vinda do “12º jogador” e nos movimentos desconcertantes nas zonas laterais com a subida dos laterais e o aparecimento de Simão. Nota ainda para os movimentos verticais sem bola de Katsouranis e para os lances de bola parada (cantos e livres) onde os encarnados são fortes.
As maiores ameaças para os encarnados estarão na sua defesa. Já o disse e repito: Luisão faz muita falta! Há ainda o aspecto do desequilíbrio em que a equipa incorre no momento da perda de bola – o facto de atacar com muita gente tem este risco. Há ainda uma referência inevitável a Nuno Gomes: parece que treme quando pode marcar e nestes jogos há sempre oportunidades que não se podem perder!



Porto
No Porto, a razia provocada pelas Selecções não foi tão dura como é hábito. Entre os possíveis titulares apenas Raúl Meireles, Cech, Postiga e Quaresma não estiveram disponíveis o que deixará alguma margem para que Jesualdo possa ter preparado uma alternativa ao 4-3-3 habitual. De resto, a minha aposta vai precisamente neste sentido. Substituir Lisandro tem sido um "osso demasiado duro de roer" (o argentino tem, na minha opinião, características únicas no plantel azul-e-branco) e sendo este um jogo tão importante, Jesualdo deve tentar algo que não esteja no “mapa encarnado”. Um 4-4-2 de “tracção atrás” mas que solte Quaresma para o espaço das transições será a solução mais previsível. A dúvida estará na composição do meio-campo e, ainda que com poucas certezas, aposto na inclusão de Jorginho ou... Anderson!
A grande força do Porto está, para mim, claramente no momento da transição ofensiva. Quaresma e Lucho (quando está bem) são brilhantes num movimento sempre muito preparado pelo colectivo (e por Jesualdo, claro). De resto, os portistas são uma formação perfeitamente identificada com o modelo de Jesualdo e dificilmente serão amplamente dominados.
Como ameaças para as aspirações azuis-e-brancas estão os momentos menos positivos de algumas individualidades influentes (nomeadamente Hélton e Lucho), bem como as dificuldades reveladas por Jesualdo em encontrar verdadeiras alternativas ao 4-3-3 com Quaresma e Lisandro nas alas. Nota ainda para alguma fragilidade do sector esquerdo da defesa (onde deverão actuar Fucile e Bruno Alves).

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