Sistema táctico
4-2-3-1
Orientações defensivas
Se tivesse de eleger uma equipa com maior aversão ao risco
na definição do seu modelo de jogo, dentro de todas as selecções que vão estar
presentes no Mundial, escolheria o Irão. Sem bola, a equipa baixa muito as suas
linhas, não se expondo na profundidade, e tentando fazer uma boa ocupação dos
espaços, sempre muito com recurso à densidade de jogadores. Ainda assim, são
identificáveis algumas dificuldades no ajustamento posicional, especialmente
quando as jogadas ganham mais velocidade, causando incerteza no posicionamento
de alguns jogadores, com destaque para os que têm menor vocação defensiva, como
é o caso dos extremos.
Orientações ofensivas
Dentro do perfil de risco mínimo do modelo de Queiroz, o
Irão facilmente recorre ao jogo directo para a construção das suas jogadas, o
que lhe retira potencial ofensivo, obviamente, mas que lhe reduz também o risco
de exposição a partir de erros cometidos na fase de construção. Parece haver
alguma capacidade técnica em determinados jogadores, em quem certamente
apostará tudo para conseguir chegar a jogadas de maior potencial ofensivo. Nos
jogos que observei, destacaria Shojaei, Dejagah e Ghoochannejhad, sendo que
estes dois últimos são as grandes referências para o momento de transição (que,
note-se, também não é fácil de explorar devido ao facto da equipa recuperar a
bola invariavelmente em zonas muito recuadas). Em suma, Queiroz escolheu uma
abordagem muito conservadora, mas que no fundo até acaba por ir ao encontro
daquilo que seria o destino quase fatal da equipa nesta competição, onde
certamente passará bem mais tempo sem bola do que com ela.