Sistema táctico
4-1-4-1
Orientações defensivas
Ao contrário daquela que será, certamente, a expectativa em torno de um conjunto orientado por Capello, a verdade é que durante a preparação para o Mundial poucas equipas se revelaram tão arrojadas relativamente à sua postura pressionante do que a Rússia. Não dou como certo que venha a manter esta abordagem em todos os jogos do Mundial, mas para já a equipa russa promete condicionar a posse do adversário em praticamente toda a extensão do terreno, nomeadamente com uma presença muito forte sobre o corredor central, através do adiantamento dos 2 médios interiores. O risco desta abordagem é canalizado para o espaço entrelinhas, já que a linha defensiva arrisca pouco relativamente à exposição das suas costas. Aqui, nota para o papel fulcral de Denisov, que é o jogador que fica entre estes dois blocos, tendo de gerir o seu posicionamento geralmente numa área bastante extensa de terreno. Para já, e salvaguardando que nos jogos de preparação o nível de exigência não foi muito elevado, a equipa respondeu relativamente bem dentro deste comportamento.
Orientações ofensivas
Se sem bola a equipa procura rapidamente apoderar-se da mesma, com bola a Rússia faz igualmente um jogo de valorização da posse, nomeadamente através de uma construção apoiada e que procura tirar muito partido da presença ofensiva dos médios interiores. Na circulação baixa, e devido ao facto de ter apenas um pivot, os centrais tendem a assumir um papel importante, inclusivamente tentando progredir com bola, ou mesmo ligar com os laterais opostos. Aqui, há que assinalar, poderá estar um risco potencial da equipa, já que há alguma exposição à possibilidade de perda. O grande problema da equipa russa, pelo menos naquilo que deu a entender na preparação para o Mundial, é a falta de capacidade de desequilíbrio na zona criativa, com a equipa a ter um grande volume de presença em posse, a conseguir bons períodos de circulação, mas a ter bastante dificuldade em criar ocasiões claras de golo. Nota, do ponto de vista individual, para o papel que Dzagoev pode ter pela sua capacidade criativa, e também para a aparente opção por Kokorin, um jogador mais posicional mas menos incisivo, relativamente a Kerzhakov.