4-2-3-1
Orientações defensivas
Defensivamente, a equipa belga organiza-se em 4-2-3-1. O objectivo parece ser definir a zona média como início de pressão, e não necessariamente apostar num condicionamento a toda a extensão do terreno. Mais atrás, a linha defensiva arrisca pouco em termos de exposição do espaço nas suas costas, preferindo abrir a zona entrelinhas, se necessário. Este comportamento aumenta a relevância para o papel da linha média, que nem sempre tem facilidade em conseguir controlar a sua zona, notando-se alguma prevalência de referências individuais. Em suma, e porque esta é uma selecção da qual todos esperam muito, não é de esperar que a Bélgica seja uma equipa especialmente dominadora em termos de presença em posse, particularmente diante de formações com maior valorização da primeira fase de construção. Por outro lado, dificilmente veremos a equipa a ser exposta na profundidade, em situações de organização.
Orientações ofensivas
O duplo pivot tende a desfazer a sua simetria quando a equipa ganha a bola. Um dos elementos (deverá ser Witsel) assumirá uma presença mais próxima da primeira linha de construção, enquanto que o outro (previsivelmente, Dembelé) se adianta para uma segunda linha ofensiva. Depois, perante blocos defensivos mais densos, a ideia passa por fazer apelo à movimentação interior dos extremos, sendo os laterais os responsáveis pela largura da equipa. Aqui, parece-me que poderá haver algum desfasamento relativamente às características específicas dos laterais, já que tudo aponta para que actuem dois centrais de origem sobre as alas, e com pouca capacidade para dinamizar o seu corredor, do ponto de vista ofensivo. Se assim acontecer, como penso vir a ser o caso, a equipa belga poderá sentir alguns problemas em criar espaços e boas situações de envolvimento no último terço. De resto, a qualidade de recursos na equipa belga é, reconhecidamente, das melhores da prova, daí que se espere muito desta equipa.