Depois do tipo de aquisições que caracterizaram a postura do Sporting no mercado, ninguém esperava por este desfecho. Investimento mais alto do que é hábito para diminuir o risco do efeito de eventuais lacunas qualitativas no plantel, foi o padrão comum em contratações como Caneira, Rochemback e Postiga, ou nas complicadas manutenções de Izmailov e Grimi. Fora deste quadro entra, claramente, a contratação de Ricardo Batista. Baixo custo, baixas expectativas e muito risco.
Esta opção – a confirmar-se que fecha o lote de guarda redes para a nova temporada – significa uma de duas coisas. Ou o Sporting acredita que Ricardo Batista tem valor para ser uma inesperada revelação do futebol português (o que eu não comento, porque não o conheço com rigor suficiente), ou Paulo Bento está seguro de que Patrício tem de facto condições para ser no imediato um valor seguro do futebol do Sporting, implicando isto um nível exibicional forçosamente diferente do que aconteceu em 07/08.
Dentro destas duas hipóteses – que me parecem as únicas, já que facilmente o Sporting contraria um guarda redes mais experiente por um baixo custo em Portugal – há outra certeza: a de uma grande convicção no sucesso da aposta feita, já que sendo este o último ano de contrato de Paulo Bento e, sobretudo, ano de eleições, certamente que a vontade de chegar ao título é maior do que nunca nos responsáveis leoninos.
Quanto a mim, sou da opinião que o defeso ainda pode causar alguma agitação à estabilidade que se vive no plantel do Sporting, e que esta aposta implica uma relevante dose de risco numa posição que se sabe ser tantas vezes decisiva. O que não está, evidentemente, em causa é a melhoria do plantel leonino em relação à época passada.