25.7.08

Sidnei: Prospecção subcontratada?

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Ainda há pouco tempo deixei aqui um post sobre a aparente ausência de ligação entre o trabalho de propecção que deve ser feito ao longo da época nos 3 clubes grandes e os alvos definidos para as contratações. Na altura, citei o caso do Benfica por atacar preferencialmente um mercado difícil e pouco ajustado aos interesses dos clubes portugueses como é o mercado espanhol. Pois bem, agora surge a notícia de um transferência que, não pondo em causa a qualidade do jogador – não é disso que se trata – evidencia uma dependência do que sugerem os empresários, sendo esta um exemplo que não servirá apenas ao Benfica.

O caso de que falo é o de Sidnei, o novo central do Benfica. À primeira vista podia pensar-se ser esta uma aposta estratégica do Benfica num jovem jogador por si apreciado. Uma olhada mais atenta ao processo de transferência de Sidnei mostra, porém, um outro cenário. Há cerca de 1 mês que o jogador não jogava no Internacional, momento em que os 50% do passe que pertenciam ao clube ‘Colorado’ foram negociados com a Gestifute (os valores variam, mas a imprensa brasileira já anunciava valores na mesma ordem daqueles que o Benfica pagou). A empresa de Jorge Mendes teria, poucos meses antes, chegado a acordo com o jogador para a compra dos restantes 50% que estavam na posse do próprio atleta. O objectivo era, tal como se dizia, colocar o jogador na Europa. Ao fim de 1 mês o Benfica foi o destino do jogador.

Desta história sobra a conclusão, para mim evidente, que a Gestifute ter-se-á antecipado ao negócio por ser a única parte envolvida que tinha o jogador referenciado. Ou seja, o Benfica terá tido uma postura reactiva na operação. A pró-actividade terá sido da Gestifute que, obvia e legitimamente, ficará com os proveitos financeiros da sua investida (não se sabendo quais).

Para finalizar, duas perguntas:
- Se o modelo de gestão dos clubes portugueses tem como um dos principais alicerces a rentabilização de jogadores contratados, não será esta dependência das empresas de representação de jogadores uma espécie de sub contratação do “core business”? Não é isto um total contra senso?
- Será que aquilo que a Gestifute ganhou com a operação de Sidnei não chegaria para pagar os custos do gabinete de prospecção do Benfica durante alguns (bons) anos?

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