22.7.08

Makelele no PSG: Recta final de uma carreira com lugar na história

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Talvez não seja uma transferência sonante, mas não deixa de merecer um especial registo. Aos 35 anos, Makelele sai do principal palco futebolístico europeu, dando lugar aos mais novos e entrando definitivamente na recta terminal da sua carreira. O complicado PSG será o próximo capítulo do veterano que assinou um contrato de 2 anos com o clube da capital francesa.
Nantes
As lembranças da carreira de Makelele surgem, para a maioria, com as mediáticas camisolas do Real Madrid e Chelsea, mas não posso deixar de recordar a sua aparição como futebolista numa equipa do Nantes que praticava um futebol fantástico e que ganhou um notável campeonato em 94/95. É quase irresistível relembrar esse duelo entre Nantes e PSG que protagonizou tantos e bons jogos. No PSG jogavam, por exemplo Rai, Ginola, Valdo e Weah. No Nantes, destacavam-se os médios Karembeu e N’Doram e Pedros e os avançados Loko e Ouedec, para além, claro, de Makelele. É curioso verificar como nessa equipa do Nantes, praticamente todos estes jogadores eram mais valorizados do que o próprio Makelele. A qualidade e descrição do agora ex-médio do Chelsea fizeram, no entanto, com que a sua carreira chegasse lenta mas seguramente ao mais alto patamar do futebol mundial.

Espanha
A sua passagem por Espanha foi repleta de episódios atribulados. Primeiro, com a “birra” para sair dp Celta rumo ao Real. Depois, no mesmo tónico, forçando a saída para o Chelsea. Lembrando esse momento, é inevitável pegar no contraste entre as apreciações feitas pelos dirigentes – particularmente o Presidente Florentino Perez – e os jogadores. Os primeiros recusaram remunerar Makelele ao nível dos “Galácticos”, desvalorizando a saída de um jogador que “apenas jogava para o lado ou para trás”. Os segundos, claro, consideravam Makelele de uma importância bem para além daquilo que o olho comum poderia perceber.
Chelsea
Em 2003 a saída para o Chelsea poderia parecer a busca de um último cheque para um jogador que já levava 30 anos no bilhete de identidade, mas foi nesse período que o nível desportivo de Makelele mais foi apreciado. Particularmente após a chegada de Mourinho, em 2004, o papel táctico de Makelele foi uma pequena revolução num futebol britânico para quem, durante décadas, a zona central do meio campo se preenchia com 2 médios que, lado a lado, faziam do pulmão um instrumento fundamental do seu desempenho. Com os sucessos do Chelsea de Mourinho, havia que perceber que aquele trabalho discreto mas eficaz era crucial para o equilíbrio táctico da equipa. Não é surpresa se ouvirem um analista britânico referir-se naturalmente à posição 6 como a “posição Makelele”.
Marca para além da carreira
Makelele pode não ser o mais exuberante dos jogadores, mas a sua marca fica no futebol como poucos dos mais criativos jogadores da história. Afinal, o Makelele pode estar agora no declive da carreira, mas no vocabulário dos adeptos há agora o jogador “tipo Makelele”, uma descrição que, em 2 palavras, resume um perfil.

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