18.1.10

Sporting - Nacional: Sorrisos e outras indicações

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Estava longe de se constituir como um grande teste – esse terá lugar em Braga – para a nova fase do leão, mas frente ao Nacional o Sporting deu mais um passo na afirmação do seu renovado modelo. Pela capacidade de dar continuidade, mais do que em melhorar. O Sporting venceu, sem surpresa e com algum sofrimento excessivo para aquilo que produziu. O jogo, esse, para além da tal confirmação da subida qualitativa do Sporting, ajudou também a dar e renovar algumas ideias sobre esta nova fase...

Aquilo que o Sporting consegue, hoje, fazer com bola é de uma qualidade enorme. A velocidade e amplitude da sua circulação cria dificuldades a qualquer equipa e deverá ser suficiente para dar inicio a uma era muito mais concretizadora em Alvalade. E começo por aqui, pelo ataque, para reforçar a ideia em que já venho batendo há algum tempo. Ou seja, na necessidade de ter outra capacidade no último terço. Não se trata apenas de eficácia, embora essa seja uma componente obviamente importante, mas também da qualidade de movimentos que antecedem a finalização e sucedem a toda a boa construção que é feita. Nesse sentido, o impacto de Liedson foi ilustrativo desta mesma ideia. O “levezinho”, creio, poderá mesmo ser um dos grandes beneficiados desta nova fase, com muito mais jogo a ser produzido e com menos pressão sobre os seus ombros para decidir.

Para além da necessidade de ter soluções diferentes na frente (que as tem no plantel), o Sporting denota também uma grande diferença de produção entre os 2 flancos. A introdução de João Pereira como que expôs a mais valia que pode representar um lateral para um modelo que quer fazer da bola a sua arma e, nesse sentido, não há minima comparação entre o rendimento ofensivo dos 2 laterais. Se há ponto onde o Sporting deveria procurar uma melhor solução no mercado, é na lateral esquerda.

Mas, se o jogo com o Nacional reforçou os bons indícios ofensivos, também despertou algumas reticências defensivas. Primeiro, em termos colectivos, continuo a insistir na importância de se conseguir um melhor uso da linha de fora de jogo. Isto, tanto para permitir inviabilizar lances pontuais, como para conseguir que a equipa reduza um espaço entre linhas que é hoje maior do que no passado na hora da transição. Algo que decorre, até, da maior mobilidade que a equipa assume quando em posse de bola. Depois, e ainda neste aspecto da transição defensiva, a importância da função do “pivot” defensivo. Carvalhal tem insistido em Adrien, provavelmente pela margem de progressão que vê no jogador. A verdade, porém, é que Adrien está longe de ser uma opção segura. A sua missão não é fácil, é certo, mas também tem de ser dito que várias vezes perde o controlo da sua zona e, mais importante ainda, várias vezes compromete a equipa com perdas de bola proibitivas para a responsabilidade que está implícita à sua função.

E aproveito propositadamente Adrien para passar a Patrício. Em tempos referi que era um risco tê-lo como opção única para a baliza e que errava com demasiada frequência. A verdade é que o tempo deu razão a quem nele tão declaradamente apostou. Patrício cresceu imenso, é hoje bem mais fiável e não sei quantos guarda redes haverá no mundo que, com a sua idade, se apresentam ao seu nível. Talvez Carvalhal veja o mesmo em Adrien que Paulo Bento viu em Patrício: futuro.
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