6.1.10

Porto: Serão estes os reforços?

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A opção pela rotatividade encontrou no jogo propriamente dito o destino ideal. Coisas da eficácia. Assim sendo, o embate com o Leixões mais pareceu um regresso ao passado, que é como quem diz, à pré época. Pelos Reis, como pelo Natal, não se perspectivam grandes prendas para Jesualdo e a montra a analisar pelo "Professor" deve ter sido aquela que evoluiu no relvado do Dragão. Aqui ficam as notas individuais dos “novos”, numa amostra, diga-se, pouco entusiasmante.

Miguel Lopes – A sua condição física ditou que só agora se pudesse estrear e os sinais que deu são razoáveis mas, ao mesmo tempo, pouco entusiasmantes. Esteve bastante activo e na maioria dos casos cumpriu com o que se exigia. No entanto, não deixou de cometer alguns erros de detalhe em termos posicionais e, sobretudo, não foi capaz de dar mais qualidade ofensiva ao flanco em situações em que tinha tudo para o fazer. Destacam-se, neste plano, alguns erros técnicos perfeitamente evitáveis. Terá oportunidade para dar nova impressão, mas, para já, diria que está bem no meio, entre Sapunaru e Fucile. Ou seja, tem tudo para ser muito melhor opção do que o romeno mas não revelou capacidade para ameaçar o uruguaio.

Maicon – Já tinha tido as suas oportunidades e parece estar na calha para ser aposta de Jesualdo sempre que Rolando o permitir. É um bom central, que me parece ter tido uma boa relação preço-qualidade, mas não tem características que possam fazer sonhar com altos voos. Parece não ter a reactividade e qualidade técnica necessárias para que atinja esses patamares. Esteve, no entanto, regular e se lhe for dado tempo e jogo deverá melhorar, quer em termos posicionais, quer em termos de confiança.

Nuno A. Coelho – Era, para mim, a grande curiosidade deste jogo. Não percebi a pouca aposta nele ainda em plena pré época e depois de ter dado excelentes indicadores. A verdade... é que continuo a não perceber. Teve um erro numa intercepção que só por milagre não deu em golo e que mancha, de certa forma, a sua exibição. Um erro de pormenor, mas... será que é por isso que não mereceu mais atenção de Jesualdo? De resto, é forte, rápido e ágil, fisicamente. Com a bola nos pés revela grande à vontade e até capacidade para dar qualidade ao inicio do processo ofensivo. Posicionalmente esteve, também, bem, revelando inclusive boa comunicação com os colegas. Se me perguntassem, diria que tem tudo para poder evoluir até altos patamares, mas... esta posição também não é propriamente o maior problema de Jesualdo.

Prediger – Torna-se difícil comentar individualmente um jogador que, ao fim de alguns meses, parece ter apenas meia dúzia de treinos na equipa. É que o desconforto do argentino na posição é tão grande que nem se pode falar muito da sua qualidade individual. O que me parece claro é que Prediger dificilmente deixará de ser um erro de casting. Um jogador que actuava numa posição diferente na Argentina e que não revela, sequer, grandes qualidades para jogar como “pivot” defensivo. Em destaque, o pesadelo que teve para controlar as primeiras bolas aéreas e a pouca reactividade no ajuste posicional. Até pode ter qualidades, mas, neste momento é apenas um corpo estranho.

Valeri – O argentino tem qualidades técnicas que ninguém nunca duvidou. O problema de Valeri é que não acrescenta absolutamente nada dentro do actual modelo. É mais um jogador que jogava noutra posição, noutro modelo, e que chega ao Dragão sem se perceber onde pode render mais. Ou seja, é mais uma aquisição que vem para jogar em funções para as quais não estava rotinado. Valeri poderá evoluir, poderá adaptar-se à posição de interior, mas para já tem exactamente os mesmos problemas de Belluschi, não servindo como alternativa ao seu compatriota em jogos mais exigentes em termos de reactividade táctica. Esteve bem com a bola nos pés, mas não se sente à vontade na posição para dar mais dinâmica ao sector, nem, muito menos, para garantir maior agressividade em termos de pressing.

Orlando Sá – A aposta de Jesualdo passava por lhe dar jogos e... golos. Por isso, por exemplo, lhe deu o penalti em Águeda. Orlando não teve nem sorte, nem tranquilidade para o fazer e hoje é um jogador com mais minutos mas também com mais pressão. Na realidade não fiquei ainda a perceber o porquê de uma aposta tão declarada num jogador que é especialmente forte no jogo aéreo e que não tem as características que o “Professor” tantas vezes exigiu para os seus 9. Poderá vir a ser uma aposta interessante para certas alturas, mas não se vê que possa ser grande alternativa à concorrência sul americana. Se me perguntassem, sugeriria que fosse emprestado para ligas onde o golo acontece com mais facilidade, que lhe retirassem essa pressão durante algum tempo até ganhar maturidade como avançado de alto nível. Se continuar pelo Dragão, o mais provável é que seja mais um 9 português com... uma “adolescência” traumática.

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