Uruguai – Coreia do Sul
Escrevi sobre o Uruguai no primeiro jogo, e dele não disse boa coisa em relação à qualidade colectiva. Talento não falta no Uruguai, e essa capacidade deverá ser suficiente para merecer o favoritismo. Sem lhe retirar esse crédito, porém, volto a realçar as minhas reservas sobre a organização dos sul americanos. A este aspecto junto um outro, o da mentalidade, para concluir que, apesar de favorito, o Uruguai deve manter os pés bem assentes na terra se não quiser estragar uma oportunidade de ouro que tem para regressar aos grandes palcos de uma fase final do campeonato do mundo.Estados Unidos – Gana
É-me difícil falar deste jogo, porque o acho realmente fraco. Há bons jogadores em ambos lados e no caso dos Estados Unidos há um pouco mais do que isso também. No entanto, não vejo em nenhum dos conjuntos uma grande qualidade. Apesar de haver mais casos de talento no lado africano, parece-me que a organização e experiência dos americanos justifica o favoritismo. Aliás, poderemos vir a assistir a uma histórica caminhada de um destes conjuntos.Alemanha – Inglaterra
Ora aí está o prato forte. Um jogo destes vale quase por todos os oitavos de final – embora se adivinhem outros embates titânicos. A Alemanha é, a seguir, à Espanha a selecção que mais me agrada do ponto de vista colectivo. Mas pode não bastar. Ozil e Schweinsteiger são as unidades essenciais deste conjunto e perder alguma delas, creio, será um golpe que dificilmente deixará de abalar seriamente as pretensões germânicas. Do outro lado, temos um caso quase oposto. A Inglaterra tem algumas das unidades mais determinantes do futebol actual, mas em falhado colectivamente. As coisas melhoraram frente à Eslovénia. Rooney reapareceu, Defoe ganhou o lugar e Gerrard voltou a provar que a discussão em torno da sua utilidade à esquerda não é mais do que um dos habituais sofismas de quem procura justificações imediatas para problemas mais complexos. Mais, Milner fez lembrar Beckham a cruzar e terá, também ele ganho um lugar. O colectivo de Capello não é brilhante mas pode estar a ganhar uma forma. Acredito que a História nunca se repete sempre e, não sei porquê, parece-me que pode ser desta vez que a sorte da Inglaterra possa mudar. A ver vamos...Argentina – México
Pode a Argentina ser campeã?! A pergunta pode parecer tonta para a maioria. Afinal, poucas selecções terão entusiasmado tanto o grande público como a ‘albiceleste’. Para mim, porém, esta Argentina não pode logicamente ganhar o mundial. Não pode, porque não percebe o que são equilíbrios tácticos, porque facilmente se alonga no campo e abre o campo de ataque ao adversário, porque decide mal e arrisca excessivamente em zonas onde não o pode fazer. Para mim, esta Argentina pode cair a qualquer momento e parece-me impensável que esse momento não chegue até ao último apito da prova. Seria um grande contra senso, um grande equívoco, diria mesmo. Mas todos sabemos que no futebol a bola é bem redonda, e poucos a tratarão tão bem quanto os argentinos. É por tudo isto que a dúvida permanece viva: será possível?!