1.6.10

Mourinho: Como ser especial em Madrid?

ver comentários...
Quando há 2 anos foi para o Inter, e mais concretamente para Itália, escrevi que seria um “passo errado”. Não o foi pela forma como acabou e pelo “objectivo Champions”, mas o retrocesso que representa, nos dias de hoje, ir de Inglaterra para Itália foi provado nas declarações do próprio. Segue-se Madrid e, de novo, a opção me parece questionável. Percebe-se dentro das ambições e metas pessoais do próprio, mas também se levantam novos riscos nesta etapa. É difícil dizer que serão maiores do que na etapa anterior, mas este será, seguramente, um enorme desafio para Mourinho.

Como pode ser “especial”?
“Special One” foi o rótulo com que ficou e, pode dizer-se, não poderia ser mais ajustado. Especial no Porto por motivos óbvios. Especial no Chelsea por devolver o domínio interno 50 anos depois. Especial no Inter por devolver o título europeu 45 anos depois. Gerações e gerações de adeptos em todos estes clubes nunca haviam presenciado tamanhos feitos e, por isso, para todos eles, Mourinho é realmente “especial”.

E no Real? Como poderá ser “especial”? 9 Taças Europeias, a última das quais há 10 anos e um número infindável de títulos internos. Vários treinadores foram bem sucedidos em Madrid e nenhum deles ficou como “especial”. Não vejo como Mourinho poderá evocar feitos que o tornem “especial” em Madrid. A sua motivação é agora outra. Mourinho quer ser “especial” para o mundo. O primeiro a vencer as 3 ligas e o primeiro a ser campeão europeu em 3 casas diferentes.

Pressão, pressão, pressão
Pressão é algo a que parece estar imune, mas será capaz de passar no barómetro do Barnabéu? Por motivos conjunturais e estruturais não há lugar mais difícil.

Conjunturais porque no mesmo campeonato mora a melhor equipa do mundo e que dificilmente deixará de ser de um dia para o outro. Para Mourinho vencer internamente será por si só um feito enorme dentro desta conjuntura. O problema é que, em Madrid, isso poderá até nem ser suficiente.

E aqui chegamos aos motivos estruturais. Madrid é, por tradição, um local de pouca paciência para treinadores. Mesmo os que ganham, mesmo os mais consagrados. Ao obstáculo Barcelona, Mourinho terá de acrescentar um cronómetro. Os seus 4 anos de contrato são tudo menos uma garantia. Aliás, ganhando ou não, o prognóstico mais fácil de fazer é que Mourinho não os cumprirá na totalidade.



Ler tudo»

AddThis