Para enquadrar o cenário, importa lembrar que não foi só Zidane a aparecer desvalorizado nesta competição. Toda a equipa francesa foi rotulada de "velha", com nomes como Barthez, Thuram, Makelele ou Vieira a juntarem-se aos 34 anos de "Zizou" para compor um onze base com uma média de idades acima dos 30 anos. "Os Dinossauros", apelidaram os mais críticos.
A suposta incapacidade da equipa francesa pareceu confirmada na fase de grupos, quando num grupo com a Suiça, Togo e Coreia do Sul, os franceses não fizeram melhor do que o 2º lugar. Aqui terá entrado um dos mais comuns erros de apreciação nestas competições - e que provavelmente se repetirá em todos os mundiais. Avaliar uma equipa por jogos de características diferentes daquelas que terão na fase decisiva. E assim foi. A França podia não ter grandes rasgos para bater defesas muito fechadas, mas era uma equipa consistente e com qualidade para se bater com as melhores, em jogos mais divididos. Provou-o, primeiro, afastando uma entusiasmante Espanha. Depois o favorito Brasil e, finalmente, Portugal. Tudo, sempre, em velocidade moderada e com grande classe. O estilo Zidane.
A França esbarrou na final e acabou por não proporcionar o grande final ao seu capitão. Zidane voltou a marcar uma final de um mundial à cabeçada, mas desta vez não na bola, mas sim no peito de Materazzi. Um pecado final cujo preço nunca saberemos qual foi exactamente. O que sabemos, contudo, é que a caminhada para a final justificava outro desfecho em Berlim. Como a bola é redonda, ganhou a Itália que teve a sorte que lhe faltou em 94. Para quem viu aquele mundial com olhos de ver, não hesitará em destacar a França e Zidane como os melhores da prova.
Sobre o 10 francês, não há muito para dizer. Nunca houve. Aliás, o que distinguiu Zidane nunca foram os feitos ou os números. Nem mesmo a eficácia das suas acções. O que o distinguiu foi sempre a sua arte e o seu estilo. E é precisamente por isso que para perceber o impacto de Zidane não chega qualquer descrição, é preciso ver. Um artista na forma de jogador, como poucos o foram. E é por essa especificidade que Zidane merece, a meu ver, um lugar de enorme destaque entre os mais importantes da História do Jogo.
A suposta incapacidade da equipa francesa pareceu confirmada na fase de grupos, quando num grupo com a Suiça, Togo e Coreia do Sul, os franceses não fizeram melhor do que o 2º lugar. Aqui terá entrado um dos mais comuns erros de apreciação nestas competições - e que provavelmente se repetirá em todos os mundiais. Avaliar uma equipa por jogos de características diferentes daquelas que terão na fase decisiva. E assim foi. A França podia não ter grandes rasgos para bater defesas muito fechadas, mas era uma equipa consistente e com qualidade para se bater com as melhores, em jogos mais divididos. Provou-o, primeiro, afastando uma entusiasmante Espanha. Depois o favorito Brasil e, finalmente, Portugal. Tudo, sempre, em velocidade moderada e com grande classe. O estilo Zidane.
A França esbarrou na final e acabou por não proporcionar o grande final ao seu capitão. Zidane voltou a marcar uma final de um mundial à cabeçada, mas desta vez não na bola, mas sim no peito de Materazzi. Um pecado final cujo preço nunca saberemos qual foi exactamente. O que sabemos, contudo, é que a caminhada para a final justificava outro desfecho em Berlim. Como a bola é redonda, ganhou a Itália que teve a sorte que lhe faltou em 94. Para quem viu aquele mundial com olhos de ver, não hesitará em destacar a França e Zidane como os melhores da prova.
Sobre o 10 francês, não há muito para dizer. Nunca houve. Aliás, o que distinguiu Zidane nunca foram os feitos ou os números. Nem mesmo a eficácia das suas acções. O que o distinguiu foi sempre a sua arte e o seu estilo. E é precisamente por isso que para perceber o impacto de Zidane não chega qualquer descrição, é preciso ver. Um artista na forma de jogador, como poucos o foram. E é por essa especificidade que Zidane merece, a meu ver, um lugar de enorme destaque entre os mais importantes da História do Jogo.