12.6.10

Diário de 'Soccer City' (#3)

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Desilusão anunciada. No caso da França nem é preciso explicar porquê. Aliás, tão baixo desceram as expectativas em relação aos gauleses que quase se chegou ao exagero de desvalorizar o seu favoritismo. Um exagero, de facto. Não porque Domenech não o merecesse, mas porque do outro lado mora também outra desilusão anunciada. Não apenas o Uruguai, mas a generalidade dos conjuntos Sul Americanos, que julgo terem boas condições para deixar muito boa gente desiludida.

O Atlântico separa os dois Continentes, mas há bem mais do que um Oceano entre o nível táctico dos Sul Americanos e aquele que se pratica na Europa. Tabarez deu o mote com o disparate dos 3 centrais. Perdeu presença numérica no centro e nem sequer se deu ao trabalho de juntar linhas para aproximar a equipa. Não só tornou impossível criar problemas no pressing como ainda contraiu, ela própria, uma incapacidade gritante para fazer sair o primeiro passe. De repente, o trapalhão Domenech parecia um sábio da táctica.

E era tão fácil à França ter feito melhor! Sem apoios para a saída de bola, e com 3 jogadores na mesma linha recuada, o destino da posse uruguaia tinha de ser pela ala, pelo lateral. Era posicionar, pressionar e recuperar. Depois, com bola e sempre mais um apoio na zona central, bastava abrir no extremo, puxar o médio uruguaio para a ala e de novo procurar o interior, abandonado por uma presença excessiva de defensores na zona mais recuada. A França nunca o percebeu e foi aqui que começou a perder as suas hipóteses de vencer. Jogada após jogada, forçou a entrada pelas alas, onde facilmente os uruguaios garantiam boa presença com a ajuda do central mais próximo. Nunca quis, nem soube ver onde estava o “ouro” do jogo e por isso acabou com o justo prejuizo do nulo.

No meio disto tudo, há que realçar uma exibição: Forlan. Se o Uruguai sentiu dificuldades em jogar, só não mais as sentiu por causa do seu Diego. Veio atrás, buscou jogo e criou soluções de passe onde elas nunca existiriam por si só. Forlan foi a excepção de um jogo onde abundava potencial para muito mais.

E assim será, entre o talento individual e a mediocridade táctica se definirá o destino da generalidade dos sul americanos no Mundial 2010.



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