11.12.09

Transformar a área no 'habitat' de Bruno Alves

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As qualidades de Bruno Alves no jogo aéreo não são propriamente novidade para ninguém. Dificilmente, aliás, se encontrará um jogador tão forte como o central portista na resposta a primeiras bolas aéreas. Daí, logicamente, que não se estranhe também que Bruno Alves seja uma arma importante nos lances de bola parada. Acontece, no entanto, que a sua capacidade neste tipo de situações não é, nem de perto, tão poderosa como nos outros, disputados na zona central do campo. Algo que tem a ver com as características do próprio jogador e que foram, inteligentemente, potenciadas no lance que iniciou a vitória portista em Madrid.

A diferença entre um lance aéreo na zona central e aqueles que habitualmente se disputam na área está no tempo de reacção. Enquanto que no meio campo a bola descreve uma trajectória larga, não sendo relevante a rapidez de reacção, mas o tempo e capacidade de salto, na área, é exactamente o contrário. Se a bola vier – como normalmente vem – tensa, não há possibilidade para grandes impulsões e quem normalmente ganha esses lances é quem reage mais rápido ao movimento da bola. Por isso, por exemplo, João Pinto foi um cabeceador temível, por isso Liedson tantas vezes bateu centrais bem mais altos do que ele, e por isso também, muitos centrais, embora de alta estatura, passam jogos e jogos sem conseguir um golo em lances de bola parada.

Ao minuto 2 no Calderon, inteligentemente, o Porto trouxe para a área as características do centro do terreno. Meireles bateu largo e pouco tenso, mas para um espaço livre, longe do guarda redes e da zona defensiva. Estavam criadas as condições para Bruno Alves – estrategicamente esperando por este tipo de solicitação – ser dominador como o é no centro do terreno. Ou seja, a reacção deixou de ser o fundamental e o central pode impor o seu impressionante salto, chegando onde mais ninguém poderia chegar. O resultado, esse, não podia ter sido melhor...
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