Barcelona
Não está em causa a sua vitória. A qualidade era, aliás, muito díspar logo à partida. O Estudiantes está longe de ser a maior potência do futebol sul americano a nível individual, e em termos colectivos está também a milhas do que melhor se encontra na Europa. Por tudo isto, surpresa foi mesmo a dificuldade com que chegou ao triunfo. É verdade que a sorte não sorriu à equipa ‘culé’, vendo-se em desvantagem quando nada o justificava, mas também é um facto que o Barça passou demasiado tempo longe de um golo que acabou por conseguir, mas que, pela forma como foi conseguido, é ele próprio o espelho do quão perto esteve a derrota de acontecer. Algo que não é novo e que, não pondo em causa a qualidade ímpar do seu colectivo, parece dotar esta equipa de uma vulnerabilidade bem superior ao que acontecia há um ano esta parte.
Olhando aos números, nesta altura do ano, em 2008, o Barça tinha, em média, mais 1 golo por jogo, contabilizando liga e Champions. Uma diferença enorme e que não pode ser ignorada. Mas, afinal, qual será o problema? Aqui ficam 3 possíveis partes da resposta.
1) Primeiro, parece claro que os adversários perceberam que tentar jogar no campo todo com os catalães pode ser simples suicídio. As estratégias de bloco baixo têm-se repetido e em certos casos conseguindo resultados bastante positivos.
2) Perante adversários extremamente fechados e motivados, é muito complicado encontrar espaços. Mesmo para quem circula com a qualidade do Barcelona. Ter jogadores como Xavi, Iniesta e Messi disponíveis e em simultâneo pode ser fundamental para atingir um nível mais elevado. Ora, isso não tem acontecido com a maior das regularidades.
3) Finalmente, não posso deixar de mencionar alguma dificuldade da equipa em ter mais situações de transição. Se jogar em organização frente a adversários demasiado fechados pode ser muito complicado, torna-se fundamental potenciar ao máximo as recuperações em zona alta. O pressing não perdeu organização mas talvez tenha perdido agressividade com a saída de Eto’o.
Estudiantes
Tinha a curiosidade especial de ver uma equipa que conheço bem perante um adversário como nunca defrontara. O Estudiantes não esteve mal, mas também penso que a felicidade que teve no jogo mereceria outro rendimento na fase final, quando o próprio Barcelona parecia cair em lucidez. Não foi isso que aconteceu e a equipa acabou por pagar a factura quando, provavelmente, já nada o indicava. Em termos colectivos destaco a estratégia conservadora, inclusive nas opções iniciais, com Perez num papel que não lhe é comum, e ainda alguns problemas de organização que já eram esperados. Individualmente, há alguns jogadores interessantes nos argentinos. Para além do conhecido Veron, Desabato é um dos melhores centrais do futebol argentino actual, Perez um jogador tecnicamente interessante, tal como Benitez, que joga do outro lado, e, na frente, Boselli, um avançado de muita qualidade, inteligente a movimentar-se, com uma técnica apreciável e com boa capacidade de finalização (como se viu, aliás). Concedido prolongamento a sentença estava traçada, com segundas linhas de qualidade bem inferior a juntarem-se ao desgaste enorme sobre as restantes unidades chave. Uma coisa é certa: haverá muito mais frustração em La Plata do que alegria em Barcelona...
Não está em causa a sua vitória. A qualidade era, aliás, muito díspar logo à partida. O Estudiantes está longe de ser a maior potência do futebol sul americano a nível individual, e em termos colectivos está também a milhas do que melhor se encontra na Europa. Por tudo isto, surpresa foi mesmo a dificuldade com que chegou ao triunfo. É verdade que a sorte não sorriu à equipa ‘culé’, vendo-se em desvantagem quando nada o justificava, mas também é um facto que o Barça passou demasiado tempo longe de um golo que acabou por conseguir, mas que, pela forma como foi conseguido, é ele próprio o espelho do quão perto esteve a derrota de acontecer. Algo que não é novo e que, não pondo em causa a qualidade ímpar do seu colectivo, parece dotar esta equipa de uma vulnerabilidade bem superior ao que acontecia há um ano esta parte.
Olhando aos números, nesta altura do ano, em 2008, o Barça tinha, em média, mais 1 golo por jogo, contabilizando liga e Champions. Uma diferença enorme e que não pode ser ignorada. Mas, afinal, qual será o problema? Aqui ficam 3 possíveis partes da resposta.
1) Primeiro, parece claro que os adversários perceberam que tentar jogar no campo todo com os catalães pode ser simples suicídio. As estratégias de bloco baixo têm-se repetido e em certos casos conseguindo resultados bastante positivos.
2) Perante adversários extremamente fechados e motivados, é muito complicado encontrar espaços. Mesmo para quem circula com a qualidade do Barcelona. Ter jogadores como Xavi, Iniesta e Messi disponíveis e em simultâneo pode ser fundamental para atingir um nível mais elevado. Ora, isso não tem acontecido com a maior das regularidades.
3) Finalmente, não posso deixar de mencionar alguma dificuldade da equipa em ter mais situações de transição. Se jogar em organização frente a adversários demasiado fechados pode ser muito complicado, torna-se fundamental potenciar ao máximo as recuperações em zona alta. O pressing não perdeu organização mas talvez tenha perdido agressividade com a saída de Eto’o.
Estudiantes
Tinha a curiosidade especial de ver uma equipa que conheço bem perante um adversário como nunca defrontara. O Estudiantes não esteve mal, mas também penso que a felicidade que teve no jogo mereceria outro rendimento na fase final, quando o próprio Barcelona parecia cair em lucidez. Não foi isso que aconteceu e a equipa acabou por pagar a factura quando, provavelmente, já nada o indicava. Em termos colectivos destaco a estratégia conservadora, inclusive nas opções iniciais, com Perez num papel que não lhe é comum, e ainda alguns problemas de organização que já eram esperados. Individualmente, há alguns jogadores interessantes nos argentinos. Para além do conhecido Veron, Desabato é um dos melhores centrais do futebol argentino actual, Perez um jogador tecnicamente interessante, tal como Benitez, que joga do outro lado, e, na frente, Boselli, um avançado de muita qualidade, inteligente a movimentar-se, com uma técnica apreciável e com boa capacidade de finalização (como se viu, aliás). Concedido prolongamento a sentença estava traçada, com segundas linhas de qualidade bem inferior a juntarem-se ao desgaste enorme sobre as restantes unidades chave. Uma coisa é certa: haverá muito mais frustração em La Plata do que alegria em Barcelona...