7.12.09

Guimarães - Porto: "montanha russa" deu... goleada!

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Falara da importância de uma boa resposta mental portista ao momento que o seu futebol atravessa. Pois bem, se a vitória em Guimarães se justifica essencialmente pela superioridade azul nos primeiros 45 minutos, muito do que se viu nesse período teve a ver, precisamente, com o diferencial entre a postura dos jogadores de ambos os lados no arranque do jogo. Juntamente com os 3 pontos, esse é o aspecto que mais deve satisfazer Jesualdo, já que muitos dos problemas tácticos que vêm afastando a equipa actual de rendimentos passados se voltaram a repetir. No final, fica uma vitória que se aceita, mas com números enganadores para um jogo que teve fases de contrastes radicais. A culpa foi, sobretudo, da instabilidade vitoriana.

Porto
A vitória começou a construir-se no arranque e muito devido à melhor capacidade de decisão portista. A tranquilidade que o Porto trouxe para o jogo, rendeu-lhe lucidez para tirar partido dos erros alheios, primeiro, e dominar o jogo, depois. Sem bola, importantes recuperações em zona alta, no inicio da transição vitoriana. Com bola, calma e esclarecimento na gestão do jogo, desorganizando um pressing pouco determinado do Vitória. Com os golos, o declive ainda se acentuou mais e o Porto acabou a primeira parte com um domínio em todos os momentos do jogo. Aí, no entanto, o jogo começou a sua improvável “montanha russa”, fazendo vir ao de cima, igualmente, as fragilidades portistas.

A abertura do segundo tempo, e durante 25 minutos, confirmou precisamente que o momento do futebol portista continua longe do nível que se lhe pode exigir. Alguns erros e alguma displicência foram incapazes de impedir as repentinas acelerações do Vitória no jogo. O pressing voltou a evidenciar a sua incapacidade para fazer a equipa defender mais alto, com uma distância enorme entre Falcão e os 2 médios que jogam por trás dele, afundando a equipa no terreno. O Vitória encostou e desperdiçou variadas oportunidades para o empate e, nessa altura, valeu ao Porto a eficácia para resgatar a equipa de um momento terrível. A tempestade não fez moça, mas não foi por isso que deixou de acontecer.

Nota individual para Belluschi. Oscilou entre o óptimo e o muito mau, confirmando aquilo que já aqui escrevi. Está talhado para tentar o desequilíbrio, a rotura no último terço e não para se preocupar muito com outros aspectos. Ainda assim, se tiver tanta bola perto da área como na primeira parte, não vai ficar muito tempo sem marcar...

Vitória
Serão dores de crescimento? O Vitória provou nos primeiros 25 minutos da segunda parte que tinha tudo para conseguir um grande jogo e, no entanto... saiu goleado. Talvez se tenha deslumbrado com as recentes conquistas, talvez tenha sido isso que lhe fez perder a noção da atitude e humildade com que deveria ter abordado a partida. Pressionou mal, sem intensidade, e acumulou erros técnicos, sobretudo na saída em transição. As melhorias enormes na segunda parte, fizeram regressar a equipa a um nível de intensidade que se vira frente ao Braga, mas se o empate chegou a ser mais do que merecido no inicio de segunda parte, há 2 aspectos que não podem falhar neste tipo de jogos. A eficácia, muito falada pelo próprio Paulo Sérgio, e as bolas paradas defensivas (que diferença em relação a jogos recentes!)

Nota ainda para o “motor” Nuno Assis. Esteve quase sempre excelente – mesmo no pior período do Vitória – mas borrou a pintura ao perder a bola para Belluschi no primeiro golo. Um erro que teve “vingança” na origem do 1-2, mas que mancha mais uma enorme exibição.

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