3.12.09

Adriano: O "Imperador" voltou?... talvez não.

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O campeonato que classifiquei de “melhor do mundo” aquando do seu arranque, estás prestes a conhecer o seu derradeiro capítulo. Depois de imensos volte-faces, o Flamengo tem tudo para ser o último a rir, e se tal realmente suceder, então vamos ter mais um daqueles casos em que o sucesso colectivo não é suficiente para ofuscar o brilho de uma só estrela. É que este poderá ser, mais do que o título do Flamengo, o título de Adriano. Desde cedo que a “torcida” o profetizava nos seus cânticos:“o Imperador voltou”... Será mesmo?

Perspectivar um Flamengo campeão à 21ª jornada não poderia ser mais do que um simples acto de fé. Em 10º na tabela, a 11 pontos do líder e acabado de sair de 3 derrotas consecutivas, quais eram, realmente, as suas probabilidades? Muito poucas. Por aí, no entanto, Adriano era já a luz da equipa. Referência no ataque e solução, muitas vezes única, para todo o jogo do Flamengo, o ‘Imperador’, ele próprio, estava longe do seu melhor. Levava 10 golos em 18 jogos, é certo, mas 4 haviam sido de penalti e o seu rendimento não era suficiente sequer para ofuscar outro tipo de notícias que nunca o deixaram de o acompanhar. Aí, no entanto, aconteceu o inicio do milagre da Gávea. Frente ao Santo André – mesmo sem Adriano – estrearam Alvaro (ex-Internacional) e Maldonado (ex-Fenerbahce), juntando-se a um regresso surpreendente de Petkovic. Trocando soluções equivocadas por experiência, o Flamengo ganhou, de repente, estabilidade para potenciar o seu grande trunfo em relação à concorrência. Em 16 jogos, o ‘Fla’ vencer 11 e perdeu apenas 1. Desses 16, Adriano jogou 11 e marcou 9 golos (+50% dos golos da equipa), nenhum de penalti.

A glória deverá marcar o regresso de Adriano aos palcos do Brasil. O regresso do verdadeiro ‘Imperador’, no entanto, está ainda longe. O sucesso de Adriano no Flamengo deve-se apenas e somente às suas incríveis potencialidades futebolísticas. Dotado de uma capacidade técnica soberba, tem ainda uma potência invulgar à escala planetária, a que junta agora o “savoir faire” de quem jogou épocas a fio nos mais exigentes palcos. Para Adriano, o Brasileirão é simplesmente demasiado fácil, e aqui é que pode estar o problema. Os seus devaneios fora do campo não cessaram com o regresso ao calor do Rio (como poderiam?!) e a sua atitude profissional não parece em nada alterada. Ou seja, nas bancadas bem se pode gritar que “o imperador voltou” e isso até fará todo o sentido na ‘Gávea’. Na realidade, porém, o ‘Imperador’ não fez mais do que adormecer os seus problemas à sombra do seu potencial futebolístico.
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