14.12.09

Olhanense - Benfica: alguém viu o cérebro desta águia?

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Há muito que se percebeu que este Benfica tem qualidade de sobra para poder ser campeão. O problema, porém, é que a qualidade, por si só, não basta. Algo que, aliás, estranhamente o Benfica parece determinado em provar . Já havia alguns exemplos nesta matéria, mas, em Olhão, terá sido dada provavelmente a mais incrível prova de incompetência encarnada em toda a época. Um jogo e uma situação no campeonato terrivelmente mal geridos, fizeram voar 2 pontos, comprometeram um clássico relevante e colocam como possível um cenário à partida impensável do Benfica ter, no final da primeira volta: uma média de 3 golos por jogo e... um 3º lugar!

Para começar, convém esclarecer que poucos adversários serão tão fáceis de bater pela inteligência como o Olhanense. É uma equipa com talento de sobra e jogadores que muito provavelmente acabarão por alinhar num “grande”, mas também não é por acaso que a época vai como vai. O talento não chega para contornar os problemas de uma equipa demasiado emotiva, quer disciplinar, quer tacticamente. Aproveitar com serenidade os prováveis devaneios da equipa de Olhão seria suficiente para o Benfica ganhar com facilidade a partida. Ao invés, entrou na “bebedeira” do descontrolo emocional e, claro, deu-se mal.

O azar, é certo, esteve presente do lado encarnado, mas nunca em doses suficientes para se sobrepor ao mar de equívocos verificados. Começando pelas opções de Jesus. Colocar Di Maria na posição 10 foi uma solução demasiado estranha. Dar o corredor central a um jogador em permanente tentação pelo drible e com reconhecidos problemas ao nível da decisão?! Depois, tudo começou numa série de más e invulgares decisões que marcaram o inicio de jogo encarnado, com más opções de passe a comprometerem o sucesso das jogadas. Não espanta, pois, que esta falta de concentração tenha resultado em fragilidades nos lances de bola parada. Depois, o aspecto disciplinar, com jogadores a perder inexplicavelmente o controlo emocional e comprometendo as aspirações da equipa, quer para o clássico, quer para o próprio jogo. Como se não bastasse, a reacção na segunda parte foi também equivocada, mexendo demasiado na estrutura base e perdendo rotinas e identidade colectiva.

Enfim, tudo somado vem aí um clássico em que, para além de condicionado, o Benfica entra mais pressionado do que o seu rival. Algo impensável há poucas semanas...
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