- O Trofense traz um elenco de respeito que merece alguma atenção e, há que dizê-lo, exigência. Na estreia em Alvalade previa-se um jogo muito complicado mas era escusado errar tanto em tão pouco tempo... 3-0 à meio hora não é, em nenhuma circunstância, um resultado aceitável.
-Nota para o lance do primeiro golo. A discussão das bolas paradas da Selecção parece ter trazido efeitos para o campeonato. Mais equipas aparecem a defender zona (como se isso fosse adiantar o que seja) e o resultado desta viragem “forçada” de moda são golos como o de Tonel. Uma zona mal definida e perda de referências individuais muito relevantes naquela situação dá no que deu...
- No Sporting o “problema” de integração de Rochemback parece, definitivamente, estar a ser bem resolvido. O meio campo aparece muito dinâmico com Rochemback e Moutinho a permutarem numa presença mais posicional em cada jogada e com Izmailov a voltar a revelar-se como um óptimo complemento deste duo para as acções defensivas. É uma dinâmica diferente em que, diria, o 6 não faz sempre de 6, e que, embora a oposição não fosse a mais exigente, oferece maior mobilidade e imprevisibilidade à fase ofensiva.
- Ao ponto anterior falta, no entanto, juntar um elemento para que a conclusão seja verdadeiramente positiva: Miguel Veloso. Se for Romagnoli a sair, falta saber se o Sporting vai conseguir substituir o efeito das movimentações do argentino na sua segunda fase ofensiva. O lance do terceiro golo é um exemplo da espontaneidade e qualidade com que Romagnoli aparece a desequilibrar sobre as alas.
- O jogo só não foi um passeio para o Sporting por causa do polémico lance do penalti. A jogada aparece na sequência de uma outra muito bem conseguida pelo Sporting na área contrária. O resultado foi uma transição que deveria ter sido resolvida pelo Sporting já que tinha superioridade numérica. O mérito vai para o excelente passe de Ricardo Nascimento (é bom ver jogadores assim no campeonato) e o demérito, claro, para Polga. O central brasileiro não conseguiu controlar o espaço nem o fora de jogo, expondo assim a sua dificuldade em recuperar defensivamente. Esses são, no entanto, erros menores quando comparados com a displicência de quem arrisca um corte sem grandes hipóteses de sucesso num jogo com 3-0 no placar...
- Finalmente, depois do 3-1, viu-se um pouco do que pode ser o Trofense. Mais pressionante, com boa capacidade de posse de bola e com atitude. Não se pode dizer que tenham feito o Sporting perder o controlo do jogo, mas o golo até poderia ter surgido e, se assim acontece, o final teria sido bem mais nervoso em Alvalade.