11.8.08

Benfica - Feyenoord: O estado de graça de Quique

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Na primeira noite de Quique na Luz, pode dizer-se, o treinador conseguiu finalmente entrar em estado de graça. À apresentação dos mediáticos Reyes e Aimar o Benfica juntou uma boa exibição que acabou por pecar pela escassez dos números finais. Creio, no entanto, que deve haver alguma prudência numa exibição que terá contado em muito com a contribuição da menos positiva actuação do Feyenoord.

Entrega e a confirmação das linhas mestras do “modelo Quique”
Tal como já havia deixado claro, o 4-4-2 de Quique pretende assumir o risco de adiantar as suas linhas para pressionar alto o adversário. Sobre esta opção já se percebeu a vulnerabilidade da equipa a uma construção feita pela zona central que consiga fazer a bola entrar na zona à frente dos centrais. Sem desfazer esta ideia, contra o Feyenoord, a pressão encarnada resultou em pleno. De facto, juntando a grande concentração e agressividade – parece poder ser uma das virtudes deste Benfica – dos seus jogadores à postura errática do Feyenoord em posse de bola, o Benfica conseguiu impedir os holandeses de jogar, conquistando rapidamente a bola e partindo depois para o aproveitamento de outra deficiência colectiva do adversário, a formação de um bloco excessivamente curto com muito espaço a ser dado nas costas da sua defesa.
Para além dessa atitude pressionante sem bola, o Benfica voltou a revelar a intenção de promover uma circulação de jogo em largura antes de partir para combinações nas alas. Também aqui – na construção ofensiva – o Feyenoord não terá sido o mais difícil dos adversários, sobretudo comparando com aquilo que o Guimarães havia feito, impedindo a bola de entrar nos médios encarnados.

Individualidades – Onze base em formação
Embora ainda num estado não muito avançado no processo de criação e consolidação do seu modelo de jogo, Quique parece, aos poucos, começar a definir um onze.

Defesa: Luisão e Léo tem lugar assegurado, Maxi parece ser, para já, a mais credível das soluções, enquanto que para a vaga de central, Katsouranis poderá ser o escolhido para o inicio do campeonato, estando esta opção também dependente da qualidade de soluções que surjam para o meio campo.

Meio campo: A intensidade e qualidade de jogo revelada por Carlos Martins no arranque de temporada deverão garantir-lhe um dos lugares no centro do meio campo. Quanto à outra hipótese há ainda muitas incertezas. Eu diria que Katouranis é aquele que mais garantias dá, mas será que o grego não faz falta atrás? Nas alas, Reyes vai entrar de caras na esquerda, enquanto que para na direita poderá existir uma alternância entre Ruben Amorim e Balboa, dependendo do adversário.

Ataque: Com Aimar a confirmar-se como avançado – uma opção que ameaça acinzentar a passagem do argentino pela Luz – sobra 1 lugar. Cardozo é, para mim, opção mais do que suficiente do ponto de vista qualitativo e julgo merecer uma aposta clara. Será que Quique precisa mesmo de gastar mais uns (largos) milhões num avançado, se é para manter Aimar na frente?

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