Os primeiros minutos até deram a entender que o Cagliari poderia ser o bom teste a este Porto. Não pelo ritmo, mas pela forma mais organizada, comparativamente com o Leixões, como os italianos se posicionaram. Foi ilusão. O fraco ritmo dos italianos em posse de bola estendeu-se à concentração em aspectos defensivos e o Porto depressa conseguiu 3 golos, todos obtidos através de cruzamentos (2 de bola parada), retirando qualquer estimulo competitivo que ainda poderia haver na partida. A primeira parte foi, por isso, uma grande desilusão, não servindo de grande coisa para quem queria observar alguma coisa.
A oportunidade de Fernando
Ainda assim, a nota de maior destaque vai, claramente para a oportunidade concedida a Fernando para a tal posição que parece ser tão difícil de substituir. Nesse aspecto, diga-se, o médio parece ter ganho pontos em relação a Guarin ou Bolatti. Ofensivamente pouco ou nada acrescentou, participando muito pouco nas acções de construção, mas defensivamente revelou perceber perfeitamente o objectivo da função, preocupando-se sempre em dar prioridade total ao seu sentido posicional. Resta saber, claro, como se comportará perante jogos de maior ritmo. Aqui, o mesmo se poderá referir, por exemplo, em relação a Rolando, já que o grau de dificuldade não parece ter sido suficiente para grandes conclusões.
Segunda Parte: o outro 4-3-3
Pelo segundo jogo consecutivo, Jesualdo apresentou um outro 4-3-3 no segundo tempo. Uma estrutura mais larga na linha média, deixando antever a sua utilização em situações em que não seja pretendido pressionar tão alto, antes sim, garantir uma melhor ocupação da largura do campo. Este parece ser o sistema eleito por Jesualdo como alternativa, abandonando o 4-4-2 clássico experimentado na segunda parte do jogo frente ao Celtic. No que respeita à operacionalização deste modelo, a ideia que fica é de uma natural menor rotina e, por outro lado, algum desajuste das características do jogo àquela que me parece ser a intenção da sua utilização.
Em termos de individualidades, nota, naturalmente, para o golo de Hulk, no final de uma exibição algo ansiosa do brasileiro, e para nova aposta em Tomás Costa apenas nesta estrutura alternativa. Parece que o médio argentino fica de fora da corrida à titularidade, denotando-se alguma dificuldade de Jesualdo em encontrar uma posição para as suas características. Finalmente, Lino. Apesar desta aposta de pré época, duvido muito da intensidade competitiva deste jogador. Não o digo apenas pela exibição, mas também por alguns jogos que lhe vi no passado. Para mim, será muito dificilmente uma opção fiável.
Para terminar deixo uma pergunta. Será que Quaresma está assim tão fora do Dragão para que se justifique toda e qualquer privação de qualquer ritmo competitivo?