12.8.08

As primeiras "surpresas italianas" de Mourinho

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Com a excepção óbvia dos 3 grandes não tenho por hábito prestar muita atenção aos jogos particulares. A razão é simples, não há a pressão competitiva dos jogos a doer e, por isso, os níveis qualitativos apresentados são muitas vezes enganadores. Por tudo isto tenho adiado uma maior atenção aos jogos das grandes equipas internacionais, particularmente àquela que mais curiosidade me desperta para 08/09, o Inter de Mourinho. Ainda assim, resolvi dar uma vista de olhos pelo Inter-Ajax do último fim de semana e, embora tenha visto apenas alguns minutos do primeiro tempo, não pude deixar de me surpreender com alguns aspectos revelados nos “nerazzurri”.

4-4-2 clássico?!
O Inter desse primeiro tempo tinha já muito do que se espera com Mourinho, particularmente na forma inteligente e eficaz com que identificou os momentos de pressão que lhe permitiam recuperar a bola. A surpresa veio, no entanto, da disposição táctica da equipa. De inicio a realização anunciou com o grafismo um Inter com uma linha de 4 homens no meio campo atrás de Adriano e Ibrahimovic. Estão enganados, pensei eu, 4-4-2, mas, com Mourinho seguramente não haverá linha de 4 homens no meio. A verdade é que eu é que estava enganado. Jimenez e Figo nas alas, Muntari e Stankovic no meio, Inter em 4-4-2 clássico, eu admirado. Com Adriano a aparentar poder ser reabilitado, Ibrahimovic um jogador “speciale” para Mourinho, fica difícil jogar em 4-3-3. É claro que o 4-4-2 losango seria, à partida, a solução ideal para jogar com 2 na frente mas, em boa verdade, falhada a contratação de Lampard não há um jogador “educado” para fazer de 10. Será que, depois de ter surpreendido com um jogo mais musculado e muitas vezes usando o recurso directo em Inglaterra, o 4-4-2 clássico é a novidade táctica da versão transalpina de José Mourinho?

Zona nas bolas paradas
Outra novidade – muito menos importante e surpreendente – em relação ao passado é uso do método zonal para defender as bolas paradas, por contraponto com o homem-a-homem que adoptara em Londres. Talvez seja um aproveitamento lógico de uma metodologia já rotinada com Mancini e que, em boa verdade, dava boas garantias de eficácia. Uma nota não posso, no entanto, deixar de fazer.Sendo o Inter uma equipa reconhecidamente com média de alturas elevada (tal como era o Chelsea), fica claro que aquela ideia, lançada durante o Euro, do homem a homem dar vantagem a equipas altas terá sido mais um comentário para a polémica de ocasião do que propriamente uma grande convicção...

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