6’ Primeiro lance de perigo no jogo, com Vaz Té a aparecer em diagonal sobre a esquerda da área do Sporting, a dominar um passe longo antes de rematar ao lado, perante alguma passividade da defesa do Sporting que tinha superioridade no lance. No Sporting não há surpresas, a confirmar-se a posição de Moutinho como elemento mais recuado do losango. Do lado dos Ingleses, um 4-3-1-2 com Giannakopoulos a surgir no apoio à dupla formada por Vaz Té (mais móvel) e Helguson (o pivot). Os ingleses nem são, permitam-me a expressão, carne nem são peixe. Isto é, nem optam por jogar declaradamente no erro, nem surgem com intenção de perturbar o Sporting com um jogo agressivo ofensivamente. O que é claro no seu jogo é a tendência para aberturas e cruzamentos largos.
13’ Primeiro lance de perigo do Sporting, com Liedson a deixar a sua marca ao recuperar uma bola na defensiva contrária. No seguimento, Vukcevic remata ao lado. Um lance de excepção numa entrada muito errática do Sporting no jogo. Uma série de passes errados (Polga é o caso mais evidente) na primeira fase de construção e algumas combinações falhadas revelam uma desconcentração atípica. Por outro lado, o Bolton aproveita alguma indefinição da zona de pressão do Sporting na fase inicial do jogo para conseguir estender-se até à área leonina com regularidade.
30’ Bola recuperada por Vukcevic dá origem a uma transição que liberta Pereirinha sobre a direita. O cruzamento encontra Vukcevic e por pouco não dá golo. O Sporting continua a cometer erros em posse de bola mas começa agora a perturbar bem mais a posse do adversário, passando a dominar o jogo. O Bolton tem agora muitas dificuldades em surpreender o Sporting que aparece mais equilibrado e preparado para responder às bolas longas dos ingleses.
43’ Uma bola recuperada por Polga após mau domínio adversário é aproveitada por Romagnoli para criar um desequilíbrio sobre a esquerda. No seu jeito serpenteador, o argentino combina com Liedson para se libertar antes de um remate à figura. O Sporting termina o primeiro tempo num ritmo lento, mas suficiente para dominar completamente o jogo, chegando agora com muito mais frequência às imediações da área adversária. O Bolton revela não ter capacidade para discutir o jogo no campo todo, abrindo vários espaços (não tendo uma pressão verdadeiramente incomodativa) e perdendo demasiadas bolas.
45’ O nulo ao intervalo penaliza um Bolton (que é quem tem a responsabilidade de virar o resultado) pouco esclarecido em termos estratégicos e com pouca qualidade para perturbar verdadeiramente o Sporting. Por seu lado, a primeira parte do Sporting (apesar de ter sido em crescendo) foi marcada por um número preocupante de erros em posse de bola, não tendo conseguido aproveitar na fase terminal dos primeiros 45 minutos o espaço concedido pelos erros do adversário.
65’ Paulo Bento retira um apagado Vukcevic para introduzir Tiuí, numa alteração que não traz novidades organizacionais e que se poderá prender com alguma gestão de esforço do Montenegrino. O segundo tempo revela um Sporting amplamente dominador (utilizando sobretudo a dinâmica de Pereirinha na direita) a jogar permanentemente no meio campo de um adversário que não é capaz de ligar uma transição ou, sequer, de ter um pressing incomodativo. Do ponto de vista da gestão do jogo não há qualquer sinal de preocupação, mas o decorrer do tempo com o nulo implica dois aspectos: em breve o Bolton terá de arriscar, podendo o Sporting esperar por esse momento para matar a eliminatória e, por outro lado, a escassez de tempo torna-se um factor de pressão, estando o Bolton a um golo do apuramento. A gestão desta dicotomia é o que vai decidir a eliminatória.
69’ Perda de bola do Bolton quando tentava sair em transição (incrível incapacidade) leva a bola até Pereirinha que, com um remate de fora da área, está perto de marcar.
75’ Paulo Bento troca Adrien por Romagnoli, gerindo também o esforço do argentino e colocando um meio campo de maior capacidade defensiva antevendo-se uma fase em que o Bolton se deve expor territorialmente, não sendo necessária muita mobilidade ofensiva do Sporting para ser perigoso.
79’ Melhor ocasião do Sporting no jogo. Bola longa de Patrício e um trabalho fantástico de Liedson antes de servir o aparecimento de Pereirinha sobre a direita. Em velocidade, o jovem chega à linha e faz o passe atrasado novamente para Liedson. O remate do “levezinho” sai, no entanto, na direcção do guarda redes.
Nesta fase é evidente o risco assumido pelo Bolton, dando mais espaço na sua retaguarda. O problema está no número de jogadores ingleses que aparecem em zona de finalização, mas o Sporting soube sempre evitar essa ameaça. Estão criadas as condições para haver golos, com o Sporting a ser quem mais condições tem para atingir esse objectivo.
85’ Finalmente o golo do Sporting. Em transição, como se aconselhava, o Sporting tira partido do risco do Bolton. O lance é conduzido pela esquerda e tem o mérito de evoluir em largura, tirando do espaço existente. Notável a finalização de Pereirinha, o melhor em campo.
87’ Gladstone por Izmailov. Pode não ser bonito mas é realista. O Bolton faz da presença numérica na área do Sporting a sua única esperança no jogo. Com Gladstone, o Sporting está mais precavido e não perde possibilidades ofensivas, tal o espaço de que usufrui. Aliás foram apenas do Sporting as ocasiões até ao final dos 90 minutos.
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Vitória mais do que justa do Sporting que nunca foi (nem teve de ser, diga-se) brilhante no jogo. Começou por ter uma entrada preocupante pela falta de concentração e um elevado número de erros – algo que já tinha sucedido em Guimarães – mas foi crescendo no jogo, impondo-se claramente a um Bolton muito fraco nos vários momentos do seu jogo. Os ingleses vieram com uma equipa de recurso a Alvalade e isso foi determinante na sua exibição.
Dois aspectos negativos no jogo do Sporting. O primeiro, que vem de Guimarães, é o número elevado e anormal de erros em posse de bola (Polga, não sendo o único, teve um jogo incompreensível neste aspecto). O segundo tem a ver com alguma falta de maturidade de lucidez estratégica durante o jogo. Uma equipa que tem tantos jogos como o Sporting, havendo pouco tempo para preparar uma adaptação minuciosa ao adversário, tem de perceber melhor a sua situação no jogo e em que momentos deve ou não chamar o adversário ou assumir o risco maior na sua posse de bola. No inicio do jogo frente ao Bolton e, sobretudo, em Guimarães isso não aconteceu e a equipa fica assim muito vulnerável às “armadilhas” estratégicas dos adversários (algo que o Bolton não soube explorar).
Do lado positivo, surge claramente Pereirinha, finalmente a ganhar a confiança que durante tanto tempo lhe pareceu faltar. É actualmente um candidato sério a entrar no onze mais forte do Sporting e uma aposta importante que foi ganha por Paulo Bento.
O Sporting tem tido um campeonato horrível, particularmente fora de casa, mas tem de se referir que é notável a ter chegado a esta fase em todas as competições, tendo em conta as limitações do plantel e, sobretudo, os contratempos que permanentemente existiram.
Nota final para Vaz Té. Parece-me um jogador com características muito valorosas, inclusive, para ser um potencial candidato à Selecção. É pena que permaneça numa equipa que, não só não aposta nele, como, pior ainda, não tem um modelo de jogo adequado ao seu perfil.
13’ Primeiro lance de perigo do Sporting, com Liedson a deixar a sua marca ao recuperar uma bola na defensiva contrária. No seguimento, Vukcevic remata ao lado. Um lance de excepção numa entrada muito errática do Sporting no jogo. Uma série de passes errados (Polga é o caso mais evidente) na primeira fase de construção e algumas combinações falhadas revelam uma desconcentração atípica. Por outro lado, o Bolton aproveita alguma indefinição da zona de pressão do Sporting na fase inicial do jogo para conseguir estender-se até à área leonina com regularidade.
30’ Bola recuperada por Vukcevic dá origem a uma transição que liberta Pereirinha sobre a direita. O cruzamento encontra Vukcevic e por pouco não dá golo. O Sporting continua a cometer erros em posse de bola mas começa agora a perturbar bem mais a posse do adversário, passando a dominar o jogo. O Bolton tem agora muitas dificuldades em surpreender o Sporting que aparece mais equilibrado e preparado para responder às bolas longas dos ingleses.
43’ Uma bola recuperada por Polga após mau domínio adversário é aproveitada por Romagnoli para criar um desequilíbrio sobre a esquerda. No seu jeito serpenteador, o argentino combina com Liedson para se libertar antes de um remate à figura. O Sporting termina o primeiro tempo num ritmo lento, mas suficiente para dominar completamente o jogo, chegando agora com muito mais frequência às imediações da área adversária. O Bolton revela não ter capacidade para discutir o jogo no campo todo, abrindo vários espaços (não tendo uma pressão verdadeiramente incomodativa) e perdendo demasiadas bolas.
45’ O nulo ao intervalo penaliza um Bolton (que é quem tem a responsabilidade de virar o resultado) pouco esclarecido em termos estratégicos e com pouca qualidade para perturbar verdadeiramente o Sporting. Por seu lado, a primeira parte do Sporting (apesar de ter sido em crescendo) foi marcada por um número preocupante de erros em posse de bola, não tendo conseguido aproveitar na fase terminal dos primeiros 45 minutos o espaço concedido pelos erros do adversário.
65’ Paulo Bento retira um apagado Vukcevic para introduzir Tiuí, numa alteração que não traz novidades organizacionais e que se poderá prender com alguma gestão de esforço do Montenegrino. O segundo tempo revela um Sporting amplamente dominador (utilizando sobretudo a dinâmica de Pereirinha na direita) a jogar permanentemente no meio campo de um adversário que não é capaz de ligar uma transição ou, sequer, de ter um pressing incomodativo. Do ponto de vista da gestão do jogo não há qualquer sinal de preocupação, mas o decorrer do tempo com o nulo implica dois aspectos: em breve o Bolton terá de arriscar, podendo o Sporting esperar por esse momento para matar a eliminatória e, por outro lado, a escassez de tempo torna-se um factor de pressão, estando o Bolton a um golo do apuramento. A gestão desta dicotomia é o que vai decidir a eliminatória.
69’ Perda de bola do Bolton quando tentava sair em transição (incrível incapacidade) leva a bola até Pereirinha que, com um remate de fora da área, está perto de marcar.
75’ Paulo Bento troca Adrien por Romagnoli, gerindo também o esforço do argentino e colocando um meio campo de maior capacidade defensiva antevendo-se uma fase em que o Bolton se deve expor territorialmente, não sendo necessária muita mobilidade ofensiva do Sporting para ser perigoso.
79’ Melhor ocasião do Sporting no jogo. Bola longa de Patrício e um trabalho fantástico de Liedson antes de servir o aparecimento de Pereirinha sobre a direita. Em velocidade, o jovem chega à linha e faz o passe atrasado novamente para Liedson. O remate do “levezinho” sai, no entanto, na direcção do guarda redes.
Nesta fase é evidente o risco assumido pelo Bolton, dando mais espaço na sua retaguarda. O problema está no número de jogadores ingleses que aparecem em zona de finalização, mas o Sporting soube sempre evitar essa ameaça. Estão criadas as condições para haver golos, com o Sporting a ser quem mais condições tem para atingir esse objectivo.
85’ Finalmente o golo do Sporting. Em transição, como se aconselhava, o Sporting tira partido do risco do Bolton. O lance é conduzido pela esquerda e tem o mérito de evoluir em largura, tirando do espaço existente. Notável a finalização de Pereirinha, o melhor em campo.
87’ Gladstone por Izmailov. Pode não ser bonito mas é realista. O Bolton faz da presença numérica na área do Sporting a sua única esperança no jogo. Com Gladstone, o Sporting está mais precavido e não perde possibilidades ofensivas, tal o espaço de que usufrui. Aliás foram apenas do Sporting as ocasiões até ao final dos 90 minutos.
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Vitória mais do que justa do Sporting que nunca foi (nem teve de ser, diga-se) brilhante no jogo. Começou por ter uma entrada preocupante pela falta de concentração e um elevado número de erros – algo que já tinha sucedido em Guimarães – mas foi crescendo no jogo, impondo-se claramente a um Bolton muito fraco nos vários momentos do seu jogo. Os ingleses vieram com uma equipa de recurso a Alvalade e isso foi determinante na sua exibição.
Dois aspectos negativos no jogo do Sporting. O primeiro, que vem de Guimarães, é o número elevado e anormal de erros em posse de bola (Polga, não sendo o único, teve um jogo incompreensível neste aspecto). O segundo tem a ver com alguma falta de maturidade de lucidez estratégica durante o jogo. Uma equipa que tem tantos jogos como o Sporting, havendo pouco tempo para preparar uma adaptação minuciosa ao adversário, tem de perceber melhor a sua situação no jogo e em que momentos deve ou não chamar o adversário ou assumir o risco maior na sua posse de bola. No inicio do jogo frente ao Bolton e, sobretudo, em Guimarães isso não aconteceu e a equipa fica assim muito vulnerável às “armadilhas” estratégicas dos adversários (algo que o Bolton não soube explorar).
Do lado positivo, surge claramente Pereirinha, finalmente a ganhar a confiança que durante tanto tempo lhe pareceu faltar. É actualmente um candidato sério a entrar no onze mais forte do Sporting e uma aposta importante que foi ganha por Paulo Bento.
O Sporting tem tido um campeonato horrível, particularmente fora de casa, mas tem de se referir que é notável a ter chegado a esta fase em todas as competições, tendo em conta as limitações do plantel e, sobretudo, os contratempos que permanentemente existiram.
Nota final para Vaz Té. Parece-me um jogador com características muito valorosas, inclusive, para ser um potencial candidato à Selecção. É pena que permaneça numa equipa que, não só não aposta nele, como, pior ainda, não tem um modelo de jogo adequado ao seu perfil.